E vamos para mais um Fla-Flu. O clássico que começou 40 minutos antes do nada tem sido cada vez mais comum nas finais do Campeonato Carioca. Que seja assim até o fim dos tempos, o confronto é garantia de jogos disputados e emocionantes. Ignorando por um momento a aleatoriedade do clássico, é hora de observar as duas equipes e traçar as melhores estratégias.

Numa análise rápida sobre a equipe da dissidência, é fácil observar deficiências maiores do que as do time que enfrentamos ano passado, principalmente no sistema defensivo. Além do desfalque do goleiro titular, é clara a dificuldade do adversário em lidar com contra-ataques. Isso se deve pela ausência de um volante que cubra a subida constante dos dois laterais, que sempre deixam espaços.

O Fluminense tem, por sua vez, um problema evidente que já foi muito debatido: não ter, quase nunca, mais posse de bola do que seu oponente. Infelizmente essa questão não pode ser resolvida sem tempo suficiente de treinamento e podemos esperar, na pior das hipóteses, um time em alguns momentos acuado pela pressão constante do ataque do rival.

Constatadas as dificuldades dos dois times, a estratégia que deve ser traçada por Roger Machado passa pela coragem de mexer em uma peça importante do time. Não será possível controlar, com a posse de bola, o jogo de hoje e a alternativa a isso deve ser baseada em linhas de marcação firmes e compactas, postadas na intermediária defensiva como no jogo contra o River. Só essa mudança, no entanto, não revolve a problemática da lentidão na transição ofensiva, que será importantíssima para aproveitarmos dos espaços já citados. Não é jogo para Nenê. O camisa 77 tem muitas qualidades, mas fazer o jogo correr rápido e organizar o meio de campo não estão entre elas. Temos no banco opções melhores para a partida e a que mais se encaixa é Cazares, que desempenhou a função com maestria quando atuou na Libertadores.

Acima de tática e técnica, precisamos de um Fluminense lutador e que honre o manto do time de Guerreiros nesse clássico. Mesmo que a tática não seja a melhor e que o time encontre problemas, que os supere com esforço e com nossa camisa que sempre pesa nas finais. Pela honra de nossos ídolos passados e pela torcida que anseia por uma nova conquista: lutem até o fim.