Sem criar atmosferas de megalomania, a boa vitória de ontem sobre o Cruzeiro mostrou que o time do Fluminense, mais alinhado, pode ir muito mais além das partidas insossas de outrora. Se não é um primor, não fica a dever a times mais bem colocados na tabela de classificação. Se não vai lutar pelo título, não é pior do que Flamengos e Atléticos Paranaenses da vida.
Houve pegada, garra, aplicação e dedicação. Numa ótima lembrança do Bolt, o acolhimento da torcida serviu de combustível firme para a equipe. A junção das parcelas construiu um triunfo com autoridade num momento delicado. Não houve brilho técnico intenso, mas eficiência. E quando isso acontece, a torcida compra a briga e joga junto.
Com novos contratados a estrear, dispondo já de boas peças em campo e tendo seu caldeirãozinho, o Flu pode muito bem passar os próximos meses sem ser ameaçado pelo desespero. Não entro aqui no mérito de qualquer planejamento, porque não é o caso. Nem discutir a grana que deveria ser aplicada neste ou naquele jogador. É apenas questão de olhar brevemente os nossos e os dos rivais.
Com política e sem politicagem – e o torcedor está longe de ser bobo de cair nas pregações dos bispos do Twitter -, com uma torcida unida e apoiando sem ser passiva diante de erros, com a manutenção da garra com aplicação e avanços técnicos, o Fluminense tem um poderoso composto para não ter outro ano de ameaça de rebaixamento.
Edson Passos é uma peça fundamental neste processo, mas temporariamente em função da ausência do Maracanã. Ano que vem é outra coisa. Time grande que é, o Flu não pode se acomodar com dez mil maníacos, mas trinta ou quarenta, resgatando os frequentadores regulares – não repitamos os erros de 1989 a 1994. Nem com um time sem ídolos, pois. No entanto, prevalece intacta a velha máxima de que nenhum jogador, dirigente ou torcedor é maior do que o Fluminense. Nossa história é a de conjuntos que se sobrepõem às individualidades. Por enquanto, que o estádio do America seja nosso motor de arranque – e o início foi ótimo.
Finalmente uma segunda-feira com a autoestima nos trinques pela boa vitória. Daqui por diante, que seja este o espírito. O Fluminense a encher o peito de seus torcedores nas salas de trabalho e nas conversas de almoço. O resto vemos pontualmente, sem arroubos nem negativismo. Se não é o time dos sonhos, que seja o da vontade e perseverança.
Por fim, de uma vez por todas: aos que viram ontem na vitória o oportunismo político mesquinho para as tradicionais ofensas – virtuais, é claro – contra torcedores que não coadunam com a atual gestão do clube, dotada de erros a acertos, um minuto de silêncio pelo espírito de porco. E a lembrança de que a História não costuma abonar covardes e haters. Nem ela, nem os encontros casuais pelos bailes da vida.
O Fluminense venceu e mostrou força. Nada pode ser mais importante do que isso, daí a empolgação súbita do nosso povo. Hoje é um dia de paz e conforto para as três cores que acobertam a todos nós, sem distinções.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: both
*ELE
a bênção joão de deus…sempre nos momentos delicados ela dá aquela força….avante flusão eterno. st
Muito bom texto, Andel!