O Fluminense é incontáveis vezes melhor do que a equipe que carrega o Cruzeiro do Sul em seu símbolo, que perdeu seu rumo nesta quarta-feira.
Mas mesmo sendo melhor, o Flu precisava jogar de modo inteligente e paciente. Se tinha uma chance do jogo cruzeirar, seria com tumulto, catimba, anti-jogo e demais eventos não futebolísticos. E quase ocorreu. Ainda no primeiro tempo, nossos jogadores entraram no ambiente pretendido pelos azuis, com auxílio luxuoso de Rafael Claus, deixando faltas por marcar e perdendo o controle da situação.
Na segunda etapa, o Fluminense voltou com os mesmos onze, mas algo precisava mudar, pois os donos da casa estavam melhor, dinamitando nossas poucas saídas e aos trancos e barrancos fazendo suas finalizações.
Eu teria iniciado essa partida com Martinelli, e a dúvida seria: no lugar de quem? A resposta óbvia: no lugar de quem entrou, aos seis minutos do segundo tempo, Gustavo Nonato, mas poderia ter sido no lugar de um dos dois homens de apoio do ataque: Arias ou Matheus Martins. Mas como seria difícil essa escolha, um verdadeiro dilema.
O importante é que Diniz corrigiu o que poderia ter feito no início do jogo ou no reinício da partida, mas o fez aos cinquenta e um de jogo decorrido. Com Martinelli, a equipe se acomodou melhor por dentro e conseguiu sair, pois ele tem qualidades e entrosa melhor com André.
Com isso, o Fluminense aproveitou e retomou o controle territorial e técnico no meio, aproveitando também o cansaço do rival, que não manteria sua toada a partida inteira.
Após o goleiro Rafael Cabral sair jogando errado, o Fluminense, atento, ficou com a posse, trabalhou a bola e Cano fez o passe para Arias entrar na área e tocar de cobertura, com o goleiro deixando a bola escorrer pelas mãos para o fundo do gol. Tá lá dentro, cantou Mauro Jácome.
O Cruzeiro sentiu o golpe e se desorganizou completamente, então o Fluminense se assenhoreou do jogo. Felipe Melo, que havia entrado no lugar do Maestro Ganso, fez uma ligação aérea para Martinelli, que driblou seu marcador, arrastou a bola até quase o fundo, na ponta direita e fez um passe escandaloso para Germán Cano golpear para o gol, dois a zero, classificado e aliviado.
Ainda deu tempo de Nathan, que entrou junto ao pacote final, com A. Jesus e D. Duarte, afilhados de Francis e Dudu, receber um passe, arrastar, contando com dupla sorte, uma do defensor que o marcava fora da área, ter se enrolado e o deixado passar, e depois quando buscou a finalização, pois a bola desviou no defensor de dentro da área, enganando Cabral, que caiu e viu a bola passa por cima de seu dorso, para fechar o placar em cinco a um no agregado.
Importante vitória, mostrando que precisaremos jogar de modos diferentes em ocasiões distintas. Assim como sempre nos lembra Claudia Barros, cada ocasião pede uma veste adequada. A de hoje pedia um terno caprichado no arremate, com um corte bem moderno, mas num pano verde-abacate, com botões cor de tomate, meio outono, meio inverno. Como pediu Nei Lopes ao Walter Alfaiate.