O Fluminense fez sua melhor partida, em 2015, ao vencer o Botafogo por 3 a 1. Isso ocorreu muito por conta da decisão do comandante tricolor, Cristóvão, em mudar sua tática, soltando o time do meio-campo para frente.
O que vimos? Positivamente, Wagner não era mais o jogador fixo no corredor esquerdo; Gerson pôde flutuar pelos lados e por dentro e Kenedy, igualmente, jogou como segundo atacante e não ponta, atuando mais dentro da grande área e próximo de Fred.
Um pena que Wagner, já desabituado em jogar por dentro, sua posição, não esteve numa noite inspirada. Para piorar, no segundo tempo ele voltou a ficar fixo na esquerda, talvez por conta do gol do Alvinegro ter saído de uma jogada do lateral direito, Gilberto.
Mas nem o retorno ao corredor esquerdo, ordem de Cristóvão, nem a partida razoável do nosso camisa 10 impediu nossa vitória, de virada, com destaques para os meninos de Xerém!
Com essa liberdade para o deslocamento, os meninos puderam ditar o ritmo, especialmente, Gerson. E mais próximo da grande área, o goleador de Xerém, Kenedy, pôde mostrar sua principal característica: a finalização.
Mérito do Cristóvão ter mudado sua tática, após sentir a pressão aumentar devido à saída de Enderson Moreira do Santos, que, infelizmente, é nome que figura no caderninho da nossa diretoria. Torço mais para que o atual comandante acerte a mão que vir um técnico como Enderson.
Por quê? A vantagem do primeiro é buscar sempre o futebol ofensivo e bem jogado; o segundo defende as teorias do “Dunguismo”. Para nossa garotada e estilo de elenco, seria um choque entre proposta de jogo e característica. Um retrocesso.
Para dar certo de vez, Cristóvão precisa arrumar o setor defensivo com urgência, evitando as constantes oscilações que, num campeonato regional fraquíssimo como o Carioca, são preocupantes, para não dizer inaceitáveis.
O que vimos contra o Botafogo foi aterrorizante: buracos entre a zaga, os laterais e os volantes, que têm sido constantes e, qualquer adversário com um pouco de velocidade facilmente chega na cara do gol com perigo. Demérito do Cristóvão.
A frequência com que o Botafogo teve espaço na nossa defesa para nos atacar foi tanta que, com a angústia do calor do jogo, busquei a captura de alguma imagem da SporTV para mostrá-los. Foi o ponto negativo do nosso jogo.
Nossos laterais jogam quase sempre na linha dos volantes, deixando uma “avenida” nas costas, o que faz com que os zagueiros, que tanto criticamos, fiquem vulneráveis e, muitas vezes, sem lembrarmos que os laterais e volantes os deixam muito expostos e sem cobertura.
Isso significa dizer que, se o adversário passa por essa linha à frente da zaga, fica mano-a-mano com ela, com espaço e corredor para pararem na cara do Cavalieri.
É urgentemente necessário segurar um dos laterais e retirar o Edson da linha do Jean, o posicionando de primeiro volante, para preencher melhor esses buracos, compactando o time.
Foi uma vitória importante para dar tranquilidade, para o comandante tricolor respirar; no entanto, não foi ainda uma atuação equilibrada e segura. Defensivamente, longe disso.
Enfatizo que a grande vantagem do Cristóvão é buscar o futebol bem jogado, que valoriza a posse de bola e o ataque, só que ainda precisamos compactar o time para evitar “o cobertor de santo”.
Seu sucesso no Fluminense nos ajudaria sobremaneira, traria solidez, evitaria troca de técnico, sempre desgastante e efeito de alguma crise já instalada. Para isso, dependerá muito da sua capacidade de compactar os setores do time.
Ele poderia conversar com os mais experientes jogadores defensivos, como o Cavalieri, Henrique, Gum, Jean… para agrupar ali atrás. Não será em vão. Então, mãos à obra, Cristóvão!
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TOQUES RÁPIDOS:
– Achei muito legal a manchete do Lance: “Casal Sub 20”. Torço pelo sucesso dos meninos e pela realização, natural, do sonho de jogar na Europa. Mas, antes, ajudar o Fluminense com algum título seria o ideal e o fundamental legado que merecemos ter de Xerém.
– Falando nisso: Imprensa britânica publicou na última terça-feira que o Manchester United está de olho em Kenedy e pagaria 5 milhões e 700 mil libras, cerca de 26 milhões e 800 mil reais.
– Vinícius brincou com o Botafogo na rede social. Eu não gosto de cuspir regras, mas acho de mau gosto um jogador fazer isso com uma instituição. Bola fora!
POR FIM, WAGNER!
– O meia declarou na coletiva da última segunda-feira que: “- Nas derrotas, o Fluminense é mais cobrado do que qualquer clube no Brasil. Não sei porque isso acontece.”
Vou arriscar uma resposta! (risos)…
Wagner, é “simples”: o Fluminense é alvo constante da má vontade da Ferj, durante anos, da CBF (de Ricardo Teixeira), da mídia desonesta e gestora da boa imagem e preservação dos rivais Vasco e Flamengo, trabalhando sempre que tem brecha para diminuir a representatividade do Fluminense no mapa do futebol brasileiro.
Com isso, caso você tenha razão, para que o Fluminense não volte a ser rebaixado nem precise vender secador na camisa para pagar salário de Bill, Wilian Arão e Sassá, nós, como torcida, exigimos firme e constantemente um time organizado e competitivo, mas somente para retirar de vocês o máximo, o que, nem sempre acontece.
Em compensação, quando vocês dão o máximo, são endeusados de forma frenética e, igualmente, exagerada.
Faz parte.
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Próximo “jogão” – Fluminense x Bonsucesso !!! Maracanã, às 21h, nessa quinta.
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Abraços fraternos,
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @CrysBrunoFlu
Imagem: sportv/cb
#SejasóciodoFlu
Crys,
Sua análise foi muito boa e notei que neste jogo os laterais não subiram tanto quanto nos outros jogos, principalmente o W SIlva.
Acho que o Gum pode ajudar muito nesta defesa.
Bjs