O ano novo começa com clima de incerteza para a torcida tricolor. Os leitores da coluna sabem que tenho carinho por Marcão, a quem conheci nos meus tempos de repórter e até dediquei uma das crônicas do meu livro, lançado em 2018. Contudo, ao ver a suposta escalação da equipe para o Fla-Flu da noite desta quarta-feira, não pude conter minha indignação.
Durante a parada de fim de ano, li que o departamento de futebol profissional considerava os jogos seguintes ao duelo com o Flamengo – contra Corinthians, Sport, Botafogo, Coritiba e Bahia – como vitais para a caminhada neste Campeonato Brasileiro rumo ao uma vaga na Libertadores da América. Ora, e o Fla-Flu? Não entra na conta? É derrota certa?
Pois vendo o time que Marcão (ele contraiu Covid e não estará à beira do campo, sendo substituído pelo Aílton, que deve manter a escalação) pretende mandar a campo, parece que sim. Yuri e Hudson de titulares? Cadê o Martinelli? Cadê um ataque mais rápido para marcar a saída de bola adversária? Barrar Nenê é pouco. Precisamos de mais sangue novo.
A impressão que dá é que atualmente, nas Laranjeiras, perder Fla-Flu é normal. Pois é, deturparam um de nossos lemas preferidos. Por pura covardia, incapacidade ou seja lá o caralho que for.
Até quando precisaremos esperar para ver Marcos Pedro, Wallace, John Kennedy, Samuel… Isso sem falar no sub-17, que possui até um jogador eleito melhor do mundo na sua categoria, o Kayky. Coloca pra jogar, porra. Se perdermos, sabemos que será por inexperiência e jamais por falta de recursos técnicos.
Posso até queimar a língua – e tomara que queime. Mas esse Fla-Flu, pelo time que Marcão está pretendendo mandar a campo, está com cheiro de frustração. Admiro o trabalho que o presidente vem fazendo fora das quatro linhas, renegociação de dívidas, preocupação com os salários etc. Mas a torcida tricolor sonha é com grandes vitórias dentro de campo. É isso que alimenta nossa alma e nosso amor incondicional pelo Fluminense. É preciso coragem.