I
Num jogo lá e cá, meio chocho, no o Fluminense marcou um daqueles gols sensacionais da nossa história. Gum cabeceou, o veterano goleiro Wilson foi defender com o ombro, com a cara e a bola entrou. Inusitado mas importante, passando mais tranquilidade para a equipe, em sua boa fase de visitante. Um a zero, estopa, o Garotinho narrou. Gum chegou aos 25 gols em oito temporadas e 350 jogos. Merece respeito, o que não quer dizer ausência de críticas.
O Coxa perdeu uma oportunidade incrível com Leandro aos 24 minutos, na cara de JC. Tentou fazer bonito e errou; era coisa para quem sabe. Aí ensaiaram uma pressão moderada, o Flu mais recuado, bem posicionado e os mandantes sem muita inspiração e qualidade técnica. Um ou outro balão, nada muito ameaçador. Dos dois lados, disposição e pouca bola, ao menos quando se fala de lances concretamente perigosos.
Nos dez minutos finais da primeira etapa, uma boa defesa de JC e uma bola que passou perto do travessão. Então veio o lance mais impactante do primeiro tempo, que os jornalistas adoram chamar de “polêmico”: a expulsão de Kleber, em mais um dos episódios do realismo fantástico à Saramandaia da arbitragem brasileira, por um palavrão barra pesada (e se assim foi, francamente não constitui qualquer novidade). Até Wellington Silva, vítima da falta, ficou assustado ao ver o cartão vermelho na mão do árbitro. E claro, para duzentos jornalistas que não viram nem verão o jogo, a culpa é do Fluminense por ser do “tapetão”. Podem se preparar para ler e ouvir besteiradas nesta segunda-feira. Os caras do Flamengo fizeram muito pior.
Cinco minutos de acréscimos e algum bate-e-volta. Final tenso com o time do Coritiba pressionando a arbitragem. Perto de 2009, não foi nada.
II
Com um a menos, o Coritiba ameaçou primeiro num chute perigoso de Kasim, passando no alto à esquerda de Júlio César. O troco poderia ter sido dado por Richarlisson, se não tivesse escorregado antes da finalização. E, em seguida, Wellington perdeu outro gol incrível, também chutando por cima. Scarpa chutando mascado e a defesa prensando para escanteio. Para terminar, Richarlisson chutou ou cruzou e não deu para a chegada de Wellington. Era para o Flu ter liquidado o jogo. E Iago quase empatou na grande área, com o chute saindo perto da trave esquerda de JC. Um recomeço eletrizante.
Wellington por Junio. O Resolve. Íamos ver no que dava.
Gol do Coritiba: Kazim serve a Leandro na diagonal da direita a Leandro, sem qualquer defesa. Mais um sofrido contra o adversário com um jogador a menos, mais um que não vai abater.
Quase Wilson faz um grande gol contra, mas evita a tempo. Richarlisson sentiu, sendo substituído pelo interminável Magno Alves. Os dois times correndo, lutando e nenhum resquício de brilho. Inegavelmente disputado, mas de futebol opaco.
Nos quinze minutos finais, jogadas inesperadas e surpreendentes. Outra inusitada de Junio no ataque, talvez de calcanhar, com a bola subindo e saindo perto do travessão depois da intervenção de Wilson. Um bom lançamento que Cícero recebeu impedido. Giovanni dando uma de atacante cabeceador e claro, sem marcar. Júlio César dependendo bem um chute do veteraníssimo Juan. Junio cabeceando na trave direita aos 44 minutos.
O Fluminense vai enfrentar vários adversários da parte baixa da tabela nas próximas – e decisivas – rodadas. Dado o histórico da era dos pontos corridos, é hora de atenção redobrada. Continuamos torcendo, sonhando e vendo diferenças entre os discursos e a realidade do campo. De toda forma, tivemos tudo para vencer este jogo contra o Coritiba, principalmente no começo do segundo tempo. Se você perde cinco gols, não pode reclamar de um empate.
Ah, o Marquinho entrou. Jogou. Ok.
Pensando bem, mas bem mesmo, o pior já passou. Vida que segue.
Panorama Tricolor
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Imagem: rap