Já seria um jogo com contornos dificílimos. Sem André, suspenso; com Nonato entregue à Bulgária e sem alternativas decentes, nem testadas. Simplesmente o meio de campo Tricolor seria um deságue, um desastre, um despacho. Não os que se arriam esquinas do Brasil afora pedindo bençãos, curas ou agradecendo benesses.
O Fluminense teve uma boa primeira chance, em uma jogada tirada da cartola de Matheus Martins. O jovem achou Arias na área livre, ele cabeceou para defesa escandalosa de Cássio.
O Corinthians em sua casa, animado por sua torcida, mais bem preparado para a peleja, sufocou o Fluminense sempre nas suas saídas de bola. Em uma delas, Fábio entregou em uma bandeja a amarelinha – bola do jogo – na cabeça de Balbuena, que toca para Róger Guedes que, de primeira ligou Renato Augusto, esse olhou para o Fábio e bateu onde o ex-goleiro não chegaria nem com impulso de um Sasquatch, gol do Timão: um a zero.
Voltamos ao segundo tempo com alguma coragem, Diniz trocou o inexplicável Wellington por Nathan, que entrou bem, agitou a moçada, conseguiu fazer com que a equipe conseguisse atravessar a bola, fazendo chegar e habitar o campo de ataque, mas foram do Corinthians, em contra-ataques, as jogadas mais perigosas.
Ainda assim, Diniz trocou Matheus Martins por Willian, Manoel por Felipe Melo e Caio Paulista por Marrony. Por fim, saiu Samuel para a entrada de Michel Araujo. A equipe passou a ser um conjunto de jogadores dispostos em campo ao sabor do vento, como em uma pelada nos domingos por aí.
Não daria para passar impune algumas escolhas. Escalar Wellington, que já chegou ao seu ocaso como atleta de alto rendimento, contratação estapafúrdia, renovação automática escandalosa, escalação injustificável.
Em jogada à la Fluminense, o Corinthians rodou a bola em seu lado direito até encontrar Giuliano na boca da área para fazer dois a zero, sem muita cerimônia.
Se pudermos fazer um paralelo com o Rock in Rio, festival musical que decorreu nas últimas duas semanas na ‘Grande Barra da Tijuca’ no Rio de Janeiro, o Corinthians foi o Iron Maiden – embora com experientes e longínquos, organizou um espetáculo sensacional -, enquanto o Fluminense foi o Guns N’Roses – também experientes, vindo de brigas, confusões e loucuragens, seu vocalista Axl sem conseguir executar as notas com eficácia e beleza.
No fim, o Corinthians armou mais uma jogada, com direito a gol contra de Felipe Melo, no que muitos torcedores devem estar latindo por aí até agora para comemorar mais uma campanha digna, mais uma derrota épica, mais uma temporada como um simples coadjuvante no futebol brasileiro. Deu a lógica.
Não tenho mais nada a dizer para o porvir, eu só quero agora que o ano termine bem. Só dizer o seguinte: ficou barato, quase de graça. O Corinthians, muito melhor preparado, administrou e terminou o serviço no final, com três a zero, fora a balada.