Tricolores de sangue grená, nesta quarta-feira, dia 6 de abril, o único Tricolor do Brasil iniciará sua caminhada em mais uma edição da Copa do Brasil, realizada pela vigésima oitava vez. Desta feita, o nome da competição será “Copa Continental Pneus do Brasil”. Bizarro, né? Mas o nome está associado ao patrocínio, então não há muito o que se fazer. De todo modo, a competição não perde seu charme por conta disto. O Fluminense já a disputou 20 vezes e vai para sua vigésima primeira participação. Vamos ao retrospecto resumido do que merece nota.
Em 1992, vice-campeões, com o roubo no apito contra o Internacional. No longínquo 1994, derrota para o desconhecido Linhares. Em 2005, vice-campeões, com o nosso estimado presidente colocando a decisão em São Januário. Já em 2006, batemos na trave perdendo para o Vasco nas semifinais. No glorioso 2007, campeões finalmente, em final contra o Figueirense. Veio 2013, vexame contra o Goiás, nas oitavas. No ano seguinte, 2014, pesadelo contra o América-RN na terceira fase – seguida por mais uma eliminação vexatória na Sul-Americana para o mesmo Goiás do ano anterior. Ano passado, 2015, derrotados pelo apito contra o Palmeiras nas semifinais.
A competição, conhecida como a mais democrática do Brasil, por dar a chance a qualquer clube – qualquer um mesmo – de ser campeão nacional, dependendo apenas de suas próprias forças, já nos trouxe a glória, mas também muitos dissabores. Já poderíamos ter sido campeões ao menos mais duas vezes, se o apito e o acaso não jogassem contra nós. Apesar dos pesares, eu gosto do torneio. É um mata-mata sem rodeios, com regras bem definidas (ao menos até alguns anos atrás, quando começaram a mudar um monte de coisas), em que o melhor numa série de dois jogos avança. O problema é que, por ser uma competição de “tiro curto”, a arbitragem acaba por ser muitas vezes decisiva.
Atualmente, a Copa do Brasil se estende pelo ano inteiro. Eu preferia o formato anterior, em que acabava no primeiro semestre. O problema era que os times disputando a Libertadores não poderiam jogá-la. Por que, então, não a colocar para o segundo semestre e inverter a posição no calendário com a Copa Sul-Americana? Assim, as duas competições sul-americanas do ano aconteceriam ao mesmo tempo, sem prejuízo para ninguém, já que os clubes poderiam se classificar para uma competição (Libertadores) ou para outra (Copa Sul-Americana). Não consigo, sinceramente, entender por quê a Conmebol não muda as regras do jogo para que isso aconteça. Afinal, depende dela.
Neste ano, são 86 participantes, sendo 80 inicialmente e 6 entrando no meio da competição, nas oitavas de final. Ao final da primeira fase, restarão 40 participantes e 20 ao final da segunda. Os 10 que restarem ao final da terceira fase se reunirão aos outros 6 (times da Libertadores e os mais bem colocados no Brasileirão) para as oitavas de final. Alguns times, dependendo de sua colocação no Brasileirão do ano anterior, caso sejam eliminados até a terceira fase da Copa do Brasil, conseguirão uma vaga na Copa Sul-Americana. Creio (embora careça de pesquisa) ser o caso, novamente, do Fluminense. Em 2014 passamos por isso, sendo eliminados na terceira fase e ganhando a vaga. É absurdamente esdrúxulo, mas está no regulamento.
Todavia, não vou torcer para o Fluminense entregar qualquer jogo que seja só para disputar a Copa Sul-Americana. Se vier a acontecer uma fatalidade, tudo bem, mas não vou pedir por isso. O que importa é que encararemos o Tombense em Muriaé e precisamos aproveitar tanto a onda vitoriosa quanto o regulamento para decidir essa parada em um jogo único. Dois a zero no mínimo e não se fala mais nisso.
Curtas
– Ainda bem que a diretoria resolveu ouvir a torcida e desistiu da ideia de levar a decisão da Primeira Liga para Manaus. Seria um crime contra a pátria tricolor!
– Nove jogos sem perder, sendo sete deles com o Levir (cinco pelo Carioca, dois pela Primeira Liga). Quem disse que técnico de ponta não faz a diferença? Fluzão líder e finalista! Os antis choram!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: AS / PRA