“Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil… Cidade Maravilhosa, coração do meu Brasil!”: este é o trecho mais famoso da marchinha composta por André Filho para o carnaval de 1935 e que virou hino da cidade do Rio de Janeiro. E a cidade é maravilhosa mesmo, a mais bonita cidade do planeta, esculpida pela natureza, e que encanta a todos que aqui visitam.
Sinto-me um privilegiado por ter nascido aqui e viver nessa cidade. Nasci em Vila Isabel, terra de Noel Rosa e Martinho da Vila, e morei boa parte da minha vida na amada e velha Tijuca. Tive o privilégio de compartilhar boa parte da minha vida com o sibúrbio do Rio de Janeiro, mais precisamente, Olaria. O subúrbio é um espetáculo com suas casas e sua gente humilde, como cantariam um dia Garoto e Chico Buarque.
O Rio de Janeiro tem a beleza natural da zona sul e suas praias, tem a maior floresta urbana do mundo encalacrada no meio da cidade – a Floresta da Tijuca – e tem a zona norte e subúrbio com seu povo, sua cultura e seu charme.
Experimente ir para o quadrado da Urca, pegar uma embarcação e dar um passeio pelo mar do Rio de Janeiro e você terá uma surpresa: o Rio de Janeiro visto do mar é tão lindo quanto visto de cima.
Sim, tem as favelas. A topologia do Rio, más gestões passadas e a pobreza causada por uma elite miope e tosca permitiram esse tipo de moradia. E a favela só aparece na mídia por conta do tráfico de drogas, mas ela é muito mais que isso. Noventa e nove por cento dos que moram ali são do bem. Talvez no Leblon tenha proporcionalmente muito mais gente ruim do que na favela, pois toda sorte de corruptos, hipócritas e vendilhões por dinheiro moram ali.
São Conrado seria uma bela síntese do Rio de Janeiro. Uma linda praia, prédios luxuosos com ricos de toda ordem e maior favela da América Latina encrustada ali. Isso é o Rio de Janeiro, rapá.
O Rio é Portela, Salgueiro, Mangueira, Império Serrano, Unidos da Tijuca e todas as escolas de samba que são a base do maior espetáculo da Terra: o desfile das escolas de aamba do carnaval carioca.
O Rio é o Cordão da Bola Preta, o maior e mais sensacional bloco de rua do mundo. É o Cacique de Ramos e o Bafo da Onça. O Cordão do Boitatá, o Rancho Flor do Sereno e as centenas de blocos que fizeram o Rio voltar a possuir o maior e melhor carnaval de rua do país.
O Rio é o berço cultural do país. O Maracanã outrora maior estádio do mundo. É Fluminense, Flamengo, Botafogo e Vasco. E porque não, o América, Bangu, Olaria…
Só pelo Fluminense essa cidade já merecia ser chamada de Cidade Maravilhosa. Aliás, Fluminense que deu à Cidade Maravilhosa o futebol. Se não fosse o Flu, ela estaria remando ate hoje.
Pena a cidade ter tido tantos Cesar Maia, Conde e Eduardo Paes como administradores. Ainda assim ela resiste a tanta incompetência e corrupção. A cidade é seu povo e seu povo é a cidade.
Hoje começam os Jogos Olimpicos do Rio de Janeiro, Jogos que têm um pai, Luiz Inácio Lula da Silva (não adianta torcer o nariz, direitinha) em que pese alguns bastardos corruptos estarem a fim de roubar a parernidade dele. Não conseguirão. O máximo que irão conseguir é muito “Fora Temer” e muita vaia.
Não tenho dúvida: os jogos serão um sucesso. A festa e alegria são a vocação da cidade.
E no último dia dos Jogos, na cerimônia de encerramento, terei o privilégio de estar presente com meu violão tocando junto com o Cordão da Bola Preta fazendo um grande carnaval em pleno Maracanã.
Amém.
Salve a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro!
Panorama Tricolor
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Imagem: ricardo Valença/dp