Iniciei minha trajetória como torcedor efetivo entre 1994 e 1995. Era moleque e obviamente meu pai me levava. Como moradores da Ilha, costumávamos ir no Maraca ou Rua Bariri, o estádio do Olaria. Naquele tempo andávamos numa seca de títulos jamais vivida na história do Flu. O que me chamava muita atenção nos jogos era a improdutividade de nossa torcida, que não frequentava e nem apoiava. Era sintoma de uma galera mal acostumada, que não aceitava que a vaca estava magra e, por isso, não se reconhecia aquele Fluminense. Não havia referência de músicas da torcida, nenhuma movimentação que desse mídia: a galera estava desmotivada. Verdade que o time era ruim. Eram 10 anos posteriores às taças épicas do tri carioca e o brasileiro de 1984.

Vejo o atual momento e, guardadas as características atuais, ele é parecido com aquele passado. A minha geração, que roeu o osso dos anos 1990, foi a que virou o jogo quando definitivamente saímos do buraco da serie C. Naquele ano de 1999, após três rebaixamentos seguidos, nossa torcida ressurgiu das cinzas peitando meio mundo e aparecendo em quantidade impressionante para quem já estava flertando com o fim.

Pois bem, percebo que a minha geração deu uma cansada após tanto esforço, quando conseguimos os justos canecos da CB e dos Brasileiros. Aquela torcida capenga da década de 1990 hoje é representada pela galera dos 40 anos, desmotivada e saudosista pelos títulos nem tão recentes.

Por isso precisamos que os mais jovens, apesar das adversidades impostas pelo cenário de guerra, abracem a causa e tenham a mesma gana e raça que tivemos lá atrás. Só eles poderão reeditar os momentos maravilhosos que nós proporcionamos na primeira década deste século, com PRESENÇA, ATITUDE E POSITIVIDADE.

Façam isso e iniciem um novo ciclo, que daqui a pouco será contado por vocês, com o mesmo orgulho que escrevo agora.

O dia todos já sabem: 28/11/2018. Fé!

Panorama Tricolor

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