Cegueira estratégica (por Mauro Jácome)

219 - 16112014 - Cegueira estratégica

Com Bruno e Elivélton contundidos, Cristóvão Borges escalou Jean e Marlon. Eram as melhores opções. No meio, Edson retornou da suspensão e formou com Valência, ocupando o lugar de Jean, a dupla de volantes. Na frente, Rafael Sobis foi a novidade. Walter ficou como opção no banco de reservas. Acredito que Cícero daria mais mobilidade e volume de jogo.

Ah! E o Chiquinho voltou. Dureza…

1º Tempo

Os cinco primeiros minutos foram muito faltosos. O Fluminense subia e era parado com falta. O Botafogo atacava, vinha alguém e parava a jogada. Percebia-se um Fluminense disperso. As linhas distantes, observando o alvinegro tocar a bola. Aos 6’, Marcelo Mattos subiu mais do que todos e cabeceou. Cavalieri tocou para escanteio. O Botafogo estava mais aceso. Considerando-se as situações opostas dos dois clubes no campeonato, o Fluminense deveria começar sufocando. Não foi o que aconteceu.

Lá pelos 12’, o Fluminense adiantou suas linhas e ganhou espaço, mas muitos passes errados impediram que a bola chegasse à área do Botafogo. A saída do Botafogo era marcada por pressão. No entanto, faltava sequência, principalmente, por parte de Rafael Sobis, que reclamava muito, mas futebol que é bom…

Depois dos 20’, o Fluminense foi para cima, mas era festival de cruzamentos para um Fred isolado, que brigava com Dankler e André Bahia. Perdia todas.

Aos poucos, a pressão diminuiu e os dois times deram muitos espaços. O Fluminense perdeu a compactação, com seus jogadores muito espalhados. O Botafogo apostava num contra-ataque que não acontecia.

Aos 34’, a melhor chance do Fluminense: a bola sobrou para Rafael Sobis, livre pelo lado direito da área. O atacante bateu, mas Jefferson salvou.

Nos últimos minutos do primeiro tempo, o domínio territorial do Fluminense era completo, mas não conseguia furar o bloqueio do Botafogo. Era nítido que o mapa da mina estava pelo lado esquerdo, mas faltava capricho para fazer a assistência para quem estava dentro da área.

2º Tempo

A etapa complementar parecia um espelho da primeira. Aos 5’, um pequeno susto: contra-ataque do Botafogo, mas Cavalieri pegou. Aos 8’, bom cruzamento para Fred, que tocou para o meio, mas ninguém chegou. O espaço aéreo era o caminho pelo qual o Fluminense optava. Exagerava. Deveria ser, também, por terra.

O Fluminense montou um cinturão na intermediária do Botafogo, porém, não havia movimentação para desencaixar a marcação. Fred estava cercado por dois. Às vezes, por três. Rafael Sobis dava chilique. Wagner, sem espaço e sem inspiração. Conca não achava ninguém bem posicionado. Edson lutava, lutava, mas esbarrava no paredão alvinegro.

Na metade do segundo tempo, o que se via era um festival de erros. O jogo tornava-se perigoso. Havia imensos buracos no meio-campo. Quem percebesse e soubesse preencher, certamente, chegaria à vitória. O Botafogo ainda mostrou momentos de lucidez e tentou algo. O Fluminense se perdia em passes inúteis. Walter entrou aos 26’.

Quando parecia que o time tricolor iria entrar na fase do desespero em busca do gol, Wagner fez um dos milhares de cruzamentos. A zaga botafoguense, que ganhara quase todas, bateu cabeça e Edson subiu livre e testou para o chão. Jefferson pulou, mas não achou nada. 1 x 0.

Diante do quadro e do placar, era momento para Cristóvão Borges preparar a armadilha e matar o jogo: Cícero no lugar do exausto Wagner mais alguém de velocidade. Nada. Incrível a cegueira estratégica do treinador do Fluminense. Prefere correr riscos a criar alternativas para as variações durante a partida.

O Botafogo mostrou forte abatimento e, mesmo assim, o Fluminense não conseguia chegar ao gol de Jefferson. No fim, no desespero, o Botafogo ainda tentou algumas jogadas aéreas, mas, na realidade, o Fluminense cozinhou os minutos finais e não teve mais jogo.

Independentemente da vitória, a verdade é que Fluminense não foi bem diante de um adversário extremamente frágil, desfalcado e desesperado. E, repito, o técnico tricolor não colaborou para que a imensa superioridade técnica de seu time se transformasse numa tranquila vitória.

Quinta-feira tem mais sofrimento. Até lá.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MauroJacome

Foto: espn.uol.com.br

3 Comments

  1. Pseudo treinador. O time é uma tartaruga e o treinador um lesma…foda é ter que tolerar este Burroges mais um ano….

  2. Cegueira ainda maior é a dos dirigentes, que querem renovar com ele.

  3. Esse técnico é uma grande decepção. Fraquíssimo no entendimento tático das partidas. Desisti de entendê-lo.

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