Amigos, amigas, é claro que é uma brincadeira, porque o Fluminense jamais pode ou deve se comparar com o que há de pior dentro de uma competição.
Reparem que eu faço questão de enfatizar que é “dentro de uma competição”. Porque, obviamente, tenho um profundo respeito por clubes gigantescos, como são Botafogo e Vasco.
Tê-los na situação atual, dentro do campeonato, mas também dentro da conjuntura, no que nos igualamos, em que pese o campeonato, é um indicador muito ruim para o futebol brasileiro, em que as referências históricas se vão desintegrando.
Já temos o Cruzeiro em vias de ser o primeiro gigante do futebol brasileiro a passar duas temporadas fora da Série A, experiência que só nós vivemos, num período em que éramos perseguidos por sombras que habitavam do nosso quintal aos campos por onde passávamos.
Vão dizer que é a evolução dos tempos e que os dinossauros, que dominaram o planeta, se extinguiram por sua incapacidade de se adaptar às mudanças.
Nesse ponto eu tenho que concordar, razão pela qual tenho sido tão diligente na briga pela modernização do Fluminense, questão que deve ser considerada como condição para a nossa sobrevivência enquanto força competitiva no futebol brasileiro.
No jogo de ontem, o que posso dizer é que Odair fez uma boa leitura da situação. Tentasse o Fluminense impor seu jogo ao Bragantino, com um time totalmente mexido, teríamos presenciado um fiasco.
Ao contrário, negociamos o jogo durante 90 minutos, sem devaneios, ao ponto de nosso goleiro ter sido testado em dois chutes de fora da área. Aliás, aonde está a dúvida de que Marcos Felipe é o goleiro titular do Fluminense?
E é por essas e outras, inclua-se entre as outras dois surtos de Covid no elenco, que o Fluminense parou de evoluir no campeonato. É improvável vermos o Fluminense repetir o desempenho do primeiro turno quando paramos no tempo e quando Odair insiste nos mesmos erros de sempre.
Temos hoje o Palmeiras e o Grêmio voando baixo, o Santos evoluindo e times como o Bragantino e o Athlético PR vivendo um returno muito mais promissor. Se o Fluminense não evolui, ficaremos para trás.
O que fazer para evoluir?
Nesse aspecto eu só posso ser repetitivo, chato e ranzinza. Só vai ter evolução se partir de cima. Ou alguém acha que o Felipe Cardozo vai se tornar um Tuta de uma hora para outra? Como pode ser ele a escolha número um ou dois para uma substituição que tenha como propósito melhorar nossa produção ofensiva, se a bola é para ele um ser estranho e desafiador?
Nós entramos em um ambiente nebuloso em que Luiz Henrique entra em campo como esperança e faz uma péssima partida. Como explicar isso, se era por ele que ansiávamos?
É claro que num jogo como o desta segunda, com um meio de campo inédito, seria desonesto tentar analisar o trabalho do Odair. Por outro lado, já temos uma visualização muito clara desse trabalho, que consiste, não em escolher as melhores opções, mas moldar o time para ser a estrutura que dê suporte a escolhas duvidosas.
É por isso que eu não alimento esperanças. O campeonato mudou, alguns time mudaram e o Fluminense não só estacionou, mas se perdeu em meio ao mar de desfalques. Ninguém mais sabe qual o time titular do Fluminense.
Resta-nos de consolo saber que não torcemos para o Vasco ou para o Botafogo. Que temos pelo menos a condição de podermos nos preparar para a próxima temporada partindo de alguma coisa, livres de uma briga inglória contra o rebaixamento.
Infelizmente, no entanto, a nossa sina será, nos próximos anos, garantir, o quanto antes, que não seremos rebaixados no Campeonato Brasileiro. E quem diz não sou eu, mas a análise fria dos fatos, de um clube que optou por parar no tempo e se transformar numa feira livre.
O que fazer?
Amigas, amigos, só nos resta torcer a cada jogo, sem saber exatamente onde essa torcida pode nos levar, sabendo que temos elenco para sonhar alto, mas que temos uma filosofia paupérrima, indigna das cores do Fluminense.
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
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