CANÇÃO DE VERÃO
Férias do futebol, dez a zero na Copinha (que vale uma coluna à parte, uau! – esse campeonato…), contratações encaminhadas, reforços a se confirmar, uniforme novo, possível patrocinador novo, uma nova competição experimental, a aflição incontrolável da torcida à espera da nova temporada, preferencialmente com o Fluminense voando baixo.
Chega janeiro e a maioria dos corações tricolores bate mais forte, ansiando com o melhor para as três cores imortais. Acima de tudo. Mesmo. Já, já, a estreia em território estadunidense.
A política não fica de lado. A politicagem, que é outra coisa, deveria ficar, mas aí são outros quinhentos. E falando em quinhentos, as finanças sempre preocupam.
Mas um foco não pode ser dispersado: o Fluminense.
Ele é de TODOS nós, todos fazemos parte desta engrenagem (queiram ou não os incautos). Trata-se de um barco, um barcão, um transatlântico. Do grumete ao milionário da cabine superluxuosa, todos querem um Fluminense vencedor, capaz de honrar sua tradição mais que centenária.
Ai estamos de novo na praça com nossas bandeiras, pelos trens a Bangu, carros e ônibus para Volta Redonda ou mesmo aquele joguinho mequetrefe no Maracanã às dez da noite – alguma coisa mudou mesmo ou era tudo igual ao ar condicionado dos coletivos do Rio?
De preferência, com o NOSSO Fluzão em situações melhores do que em 2013, 2014 e 2015. Corações limpos, absolutamente limpos. Ficam no passado a latinha de refrigerante da concorrência, o abraço eleitoral, o chilique de jogador na televisão, a megalomania oca.
A respeito dos novos jogadores, costumo oscilar entre o ceticismo e a confiança. Afinal, qualquer tricolor de mais de quarenta anos de idade viu esquadrões fantásticos que, no inicio de um ano, eram motivo de chacota, mas acabaram campeões, geralmente com nomes desconhecidos ou desacreditados.
Por outro lado, uma reflexão é fundamental: contratação só se torna um reforço quando o jogador que chega mostra serviço e atua com mais eficiência do que o antecessor. Torçamos com ardor, é o caminho.
Eis o NOSSO Fluminense germinando mais um ano, mesmo que tudo não se resuma a flores.
Que seja uma GRANDE temporada!
O primeiro dos monumentais anos do resto de nossas vidas. No caso do Flu, na condição de imortal, mais um dos intermináveis passos a caminho da eternidade.
E que os homens de decisão das Laranjeiras entendam em todas as searas que a camisa tricolor está acima de questiúnculas, vaidades e poderes efêmeros: campo, direção, torcida, intelectualidade, formação de opinião et cetera.
Hora de unidade e de uma palavra que escrevi muitas vezes aqui no ano passado: lucidez.
No mais, é recordar os queridos músicos do Roupa Nova, fanáticos da nossa arquibancada, com versos de trinta e tantos anos atrás: “É como um sol de verão queimando no peito/ nasce um novo desejo em meu coração/ é uma nova canção rolando no vento/ sinto a magia do amor na palma da mão/ é verão!/ Bom sinal!/ Já é tempo de abrir o coração e sonhar…”.
Olho vivo e faro fino, pois.
LIVROS
Para a turma que me prestigia, estão certos para este ano três livros tricolores. Todos eles feitos em parcerias com próceres do Fluminense a saber: Eric Costa, Mauro Jácome, André Viana, Antonio Gonzalez e Luiz Alberto Couceiro – este, bisando nossa honrada parceria em “Pagar o quê?”. Craques que dispensam apresentações, donde se imagina chumbo grosso. O resto eu conto depois das férias. Abraçaço.
Panorama Tricolor
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Imagem: exulla