CAMPEÃO – Fluminense 1 x 1 Flamengo (por Paulo-Roberto Andel)

Certamente tomamos mais sustos do que o necessário, mas a verdade é que o Fluminense estava bem quando sofreu o gol, exclusivamente porque ninguém ganha de Arrascaeta no tiro curto – e por pouco Fábio não fez uma defesa de Castilho. Paciência.

Não nos abalamos. Se o empate veio com sorte, foi também porque a procuramos. Interessante que a bola passou pelas duas feras, Ganso e Arias, até a finalização de Cano. Eles estavam nervosos até com a vantagem, imagine com o empate. André foi outra fera em campo. David Braz, muito bem.

O segundo tempo voltou fervendo, os flamengos dando faniquito, Ewerton Ribeiro entrando para tentar mudar o cenário. Briga dos dois lados, nenhuma grande finalização.

Aos 15, pênalti claríssimo de Filipe Luis. Cano, herói, bateu mal e Hugo defendeu com o pé. Nada é fácil para o Fluminense. Pedro e Matheuzinho para o tudo ou nada. Perigo mesmo com Arrascaeta aos 21, desarmado na vírgula por David Braz. A seguir,saíram Ganso e Calegari para as entradas de Martinelli e David Duarte. Nino, também monstruoso, tirou de cabeça quando Pedro se preparava para marcar.

Luiz Henrique de volta, no lugar de Arias, para manter o fôlego do ataque e ajudar na marcação.

Pressão rubro-negra, mais em volume do que qualidade, basicamente em bolas alçadas na área.

Fred aos 34 no lugar de Cano. Nonato no de Yago. O artilheiro toma um pisão logo de cara e esfria o jogo como reza a experiência.

Quarenta e dois minutos. Não parece, mas o Flamengo está tremendo. Sua mosca na sopa há 110 anos tem a vantagem do empate. Filipe Luis dá um chute mascado que passa rente à trave direita. Não mais do que isso.

Confusão e merderê, tumulto, Fred e Bruno Henrique expulsos. O bololô continuou fora de campo, e não deixa de ser engraçado que um dos apaziguadores da contenda tenha sido Felipe Ruf Melo. Foi legal mesmo. Depois disso foi questão do apito final soar.

Depois de dez sofridos anos, o Fluminense precisou derrotar muitos adversários, dentro e fora do campo: uma gestão desastrosa, uma triste eliminação na Libertadores, a péssima negociação de Luiz Henrique, a teimosia do querido Abel, a Flapress e a Recordpress, um caso à parte. Mas as chamas de 1995, 1984, 1983, 1969, 1941 e até o 3 a 2 de 1912 são eternas. É fogo que não se apaga, é paixão que não cerra as portas. E a atuação nas finais foi arrebatadora. Nunca foi tão coletivo, nunca foi tão escudo que vale uma vida.

Por isso, somos os campeões da cidade, do estado e do mundo deles, onde uma bandeira nossa tremulará para sempre. Não é rancor ou vingança, mas mera questão de nascença.

7 Comments

  1. Certa vez, um torcedor do adversário de hoje, que mal me conhecia, me disse que o Fluminense ia acabar (era mesmo um momento muito ruim). Imediatamente respondi a ele: – Meu amigo, o dia que isso acontecer, acabou o Futebol.
    Somos a História!

  2. O mais próximo de Nelson Rodrigues, que já li, é seu texto.

  3. Título para curar minha depressão e revolta pelos acontecimentos recentes. Sigamos em frente … STs

  4. me falaram que o narrador da record é tricolor assumido, achei dificil, o cara exaltava o rubroneca o tempo todo, ora era o maior número de títulos do fla, ora o maior investimento no plantel, ora os títulos conquistados nos ultimos tempos… dificil suportar esses babacas….

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