Dez anos passados do último triunfo no Estadual, eis que o dono do Campeonato Carioca voltou a vencer, convencendo apesar dos sustos, que poderiam ter sido menores, bem menores.
Cento e vinte anos de sua fundação, a instituição do futebol brasileiro e americano, o Fluminense, pode comemorar com sua torcida em todo o mundo, após sua diretoria tentar desestabilizar essa relação, entre o clube e sua gente.
Chegamos até esta final sob muitas circunstâncias, vencemos todos os grandes e tivemos a vantagem nas semi-finais, que era de, ao fim de dois jogos, sendo a soma dos resultados, o empate a condição de avançar para o confronto final. E precisamos. Passamos após vencer por um a zero e perder do mesmo Botafogo por dois a um, igualando em dois a dois. Avançamos, pois fomos os campeões da Taça Guanabara.
Na grande decisão, voltamos a encontrar o clube que nos quis rival, e virou, tanto que sua soberba sempre sucumbiu contra nossas cores. O Fluminense é pesado, enverga qualquer varal, que dirá os dissidentes sustentados com varetas retiradas das embarcações de remo.
Após uma bela vitória na primeira partida por dois a zero, chegamos ao jogo derradeiro com esta vantagem, jogando para o adversário rubro-negro a responsabilidade de atacar e buscar o resultado.
Abel Braga, mesmo dentro de suas convicções e conservadorismo, escalou os onze iniciais de forma melhor para que o time pudesse competir o jogo que precisava. Fez mais sentido, dentro da proposta, e conseguiu o resultado, apesar das substituições terem arrepiado até o último pêlo corporal de todo mundo que assistia a partida.
Os dois gols saíram ainda no primeiro tempo. Com passe de De Arrascaeta para Gabriel, o adversário abriu o placar, descontando no agregado, que ficava em dois a um, mas ainda no final da etapa, Ganso encontrou Arias, nas costas da defesa adversária, que ajeitou para Cano chutar e deixar que a bola encontrasse as redes, retomando a vantagem em três a um no acumulado.
Voltamos do intervalo e reduzimos nosso modo de jogar, recuamos substancialmente a esperar o tempo passar e cumprir seu destino, que era de fazer o Fluminense campeão apesar de todos os pesares.
Por fim, Abel terminou com quatro zagueiros em campo para intervir nas bolas aéreas. Ficamos sem conexão entre a defesa e ataque, esperando apenas o relógio andar e andou. O Flamengo e sua gente não conseguiram superar o Todo Poderoso Fluminense, que sempre teve a vocação para a eternidade.
Agora já devemos olhar para frente. É possível fazer mais e melhor, com menos covardia e usar o elenco para criar. O Fluminense é muito capaz, nosso primeiro tempo de hoje mostrou isso, fomos superiores em tudo. Mas por agora é comemorar sim. É conquista, mais uma. Já quero muito mais.
Não podemos entrar no clima de que já somos os melhores e cairmos no mesmo sentimento de empáfia de nossos adversários. Foi um belo começo de ano, pois mesmo sendo eliminados bisonhamente da Libertadores, ainda temos a Sulamericana, teoricamente mais fraca, embora tendo um ou outro time como um São Paulo, um time multicampeão da Libertadores.
Abel agora não cai, mesmo perdendo tudo, mas ele merece o benefício da dúvida. Espero, que se não dispensarmos o Nathan, ele possa ter mais chances e provar alguma coisa. O Cris Silva, ao menos, compensou o futebol que lhe falta nas pernas e na…