Tricolores de sangue grená, o returno do Brasileirão começou e, até então, somos líderes do mesmo. Brincadeiras à parte, fato é que este é o campeonato da zoeira. Estamos na nona posição, com 28 pontos, e os oito times que estão à nossa frente são extremamente claudicantes. Alguns estão num perde-e-ganha danado. Outros, quando aparentam engrenar, nos desmentem com uma goleada acachapante na rodada seguinte.
Duvida de mim, caro leitor? Pois saiba que a nossa maravilhosa zaga, com aqueles laterais que conhecemos bem e o bonde chamado Henrique é menos vazada que seis dos oito adversários supracitados, incluindo o atual líder, o Palmeiras, que há algumas poucas rodadas levou três gols do Botafogo, que andava mal das pernas. Ah, e temos menos derrotas que cinco deles também. Ou seja, mesmo que já estejamos com meio campeonato transcorrido, é absolutamente impossível cravar quem briga por título, quem briga por G4 e até mesmo quem vai parar na Série B no ano que vem.
Vamos aos dados dos últimos cinco jogos destas equipes: Palmeiras: duas derrotas, empate, duas vitórias; Santos: duas vitórias, empate, derrota, vitória; Grêmio: derrota, vitória, dois empates, vitória; Atlético-MG: quatro vitórias, derrota; Corinthians: empate, vitória, derrota, empate, derrota; Flamengo: duas vitórias, empate, vitória, derrota; Atlético-PR: vitória, derrota, vitória, duas derrotas; Ponte Preta: empate, derrota, vitória, derrota, vitória. O Fluminense, no mesmo período, obteve vitória, derrota, vitória, empate, vitória.
Ou seja, nós tivemos um aproveitamento inferior apenas ao do Atlético-MG nas últimas cinco partidas, o que prova que o esquadrão de cima não está se esforçando tanto assim para se distanciar dos que vêm logo atrás. E isso me cheira a 2011. Naquele ano, fizemos um primeiro turno parecido em termos de pontos e resultados, e embalamos uma arrancada fenomenal no returno, que nos rendeu uma vaga para a Libertadores. Estamos distantes, no momento, do G4. Sete pontos nos separam do grupo de elite, mas podem ser reduzidos a quatro pontos em caso de vitória no jogo adiado contra o Figueirense. E aí dá pra sonhar.
A verdade é que, numa leitura isenta do enraivecimento que nos causam alguns jogadores, o time montado pelo Levir tem, atualmente, uma consistência defensiva que chama a atenção. Quando o time se aplica e joga com garra, o sistema defensivo funciona bem, a despeito de alguns sustos, e tomamos poucos – ou nenhum – gol(s). É perceptível que a equipe está bem treinada. Se tivesse mais nomes de qualidade e peso, estaria nas cabeças. Infelizmente, ainda dependemos muito de alguns jogadores pontuais, pois os suplentes não possuem o mesmo nível dos titulares.
Falta também os reforços entrarem “de vez” no elenco. Se Dourado mantiver uma mínima regularidade e aproveitar as bolas do ataque, Aquino entrar com sangue nos olhos e o Marquinho ocupar a posição mais carente do time – a lateral esquerda, pode ser que consigamos uma regularidade verdadeira. Apesar de o futebol praticado pelo clube não encher os olhos de ninguém, é inegável que o de ninguém está fazendo isso. Até o Atlético-MG, que parece performar melhor que todos os outros, tomou uma sova do Santos na última rodada, sendo que o Peixe havia perdido para o lanterna do campeonato na rodada anterior…
Ou seja, está tudo uma zona. Nenhum time mantém a regularidade, tampouco pode ser chamado de bicho-papão. Mantendo a consistência defensiva, aprimorando as opções de contra-ataque e a distribuição de bolas no meio de campo e aumentando a eficiência do último passe e das finalizações, dá pra chegar. Basta saber se teremos fôlego para superar contusões e suspensões até o final desta enorme competição.
Curta:
– Nosso próximo compromisso é contra o Santa Cruz, no Arruda, neste domingo. A Cobra Coral tem um retrospecto de três derrotas e dois empates nas últimas cinco rodadas e ocupa a vice-lanterna do torneio. O desespero deles é alarmante, mas não dá pra sair de lá com menos de três pontos, principalmente se ainda queremos algo mais neste Brasileiro.
Desagravo:
Acompanho o site Netflu desde bem antes de conhecer o Panorama Tricolor. Nunca observei qualquer viés político nas publicações do mesmo. Havia matérias que exaltavam os feitos da gestão quando eles de fato ocorriam e também aquelas cujo teor apresentava um fato negativo, mas verídico. Conheço Leandro Dias pessoalmente e já pude atestar seu caráter em mais de uma oportunidade; também tenho contato com Paulo Brito, que também enxergo como uma excelente pessoa. Não há justificativa plausível para um ato tão retrógrado quanto a censura, principalmente em um clube que sempre representou os valores mais elevados, como é o caso do Fluminense Football Club. Presidente, deixe os rapazes trabalharem. Tenho certeza que a assessoria de imprensa do clube pode esclarecer quaisquer fatos que estejam devidamente mal explicados sem que medidas drásticas, injustificáveis, indefensáveis e antidemocráticas como estas precisem ser tomadas. Defendo e sempre defenderei a liberdade de expressão e de imprensa, como qualquer cidadão que deseja viver em uma democracia deveria fazer. Posso não concordar, por exemplo, com tudo o que meus pares aqui no PANORAMA escrevem, afirmam ou dizem, mas defenderei até a morte seu direito de fazê-lo. Que este imbróglio seja resolvido, para o bem de todos. Vence o Fluminense.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: al
Apesar de algumas gírias evitáveis, encontrei aqui um texto muito bom, sereno, comentando passagens centrais e num tamanho coerente. Parabéns Aloísio Senra
Caro, Mario.
As gírias são propositais. Tento falar a linguagem do povão mesmo. Se quiser tirar a prova, há um texto em que uso o vernáculo de forma irônica para criticar a arbitragem rs. Obrigado pelo comentário e sinta-se bem-vindo.
Caro Mario,
As gírias são propositais. Tento falar a linguagem do povão mesmo. Se quiser tirar a prova, há um texto em que uso o vernáculo de forma irônica para criticar a arbitragem rs. Obrigado pelo comentário e sinta-se bem-vindo.