Correu, chegou
I
Com um pouquinho de aplicação, a Seleção Brasileira logo mostrou sua cara: força, velocidade e qualidade técnica. Antes do primeiro gol de Neymar, já era superior e tinha desperdiçado boas chances. Ressalte-se a finalização refinada, marca do craque: de chapa, pé em curva para tirar qualquer chance do goleiro – fosse um pereba, tropeçaria nas próprias pernas enquanto a bola passaria incólume.
O curioso é que permaneceu a ligação direta em vez da articulação no meio de campo, geralmente por conta de David Luiz em boa tarde, com força na marcação e saída rápida. Hulk também ajudou, geralmente caindo pelas pontas e chutando de longe. Já Fred continuava esperando por um passe decente na Copa do Mundo: não recebeu bulhufas, mas quase fez um gol de raça. E Neymar acabou sendo o destaque do primeiro tempo: dois gols, muita dedicação, categoria nas duas finalizações mas a tradicional economia nos passes.
O problema aconteceu apenas quando Camarões empatou. Primeiro, Thiago Silva involuntariamente acertou a forquilha contra, deu escanteio, Daniel Alves falhou de novo na direita e surgiu o gol dos Leões. Mas por pouco tempo. A Seleção chegou a claudicar por uns cinco minutos e logo retomou as rédeas da partida. Neymar marcou de novo – artilheiro da Copa – e o time desceu tranquilo para o intervalo.
II
Fernandinho em lugar de Paulinho, mais blitz: Hulk, Fred e Neymar. Em três minutos, quatro finalizações. David Luiz cruzou, Fred cabeceou para as redes, recebeu o sonhado passe e liquidou a fatura com 3 x 1. Depois, claro, hora de dosar forças e esperar eventuais espaços generosos. Mostrando satisfação, Felipão trocou Hulk por Ramires, para felicidade de Daniel Alves: ganhou um protetor na marcação. Até Neymar saiu para a entrada de Willian. E Fernandinho, merecidamente, decretou a goleada após bela tabela de um toque entre ele, Oscar e Fred. Podia ter sido de mais. Eto’o não merecia, ainda mais da solidão do banco de reservas.
A dupla de zaga muito firme, David Luiz dos melhores. Vários jogadores avançaram. Willian e Fernandinho jogaram bem – é melhor Paulinho abrir o olho, assim como Daniel Alves. Se não foi plenamente brilhante, a Seleção conseguiu a classificação mostrando força, independentemente da fragilidade de Camarões. E vai precisar repeti-la contra o Chile e sua fanática torcida no sábado. Chegou a fase final: matar ou morrer. Ou a quatro degraus do céu.
Panorama Tricolor
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