Eu coloquei minha fé em um resultado de três a zero para o Brasil, no meu entender, aquela história do México ser a carta A1 do nosso Super-Trunfo já ficou pra trás. Mas quem apostou, como eu, em um esquema “joga e deixa jogar” do nossa adversário de hoje (terça-feira), se deu mal. Eles não tomaram conhecimento da Seleção e partiram pra cima, jogando em bloco com um sistema defensivo muito bem fechado, no esquema 3-5-2, velho conhecido do antigo Felipão.
Não contavam com a minha astúcia
A seleção mexicana jogou com 10 “Chapolins” na linha, mas o verdadeiro herói foi o goleiro Ochoa, que fechou o gol e foi, disparado, o melhor em campo. Não que o Brasil tenha sobrado no ataque, mas quando chegou com perigo, Ochoa fez quatro milagres, incluindo a cabeçada a queima roupa pelo Thiago Silva. Enquanto isso, apesar de mostrar bom reflexo e elasticidade, Júlio César continua merecedor do título de “mão-de-pau”, chegando a rebater uma bola pro meio da área. Por sorte, não havia nenhum adversário no rebote.
À propósito, já que estamos falando de goleiro, eu sou o único que se irrita com aquele grito idiota durante o tiro de meta?
Mucha lucha
Durante todo o jogo, nossos jogadores travaram grandes combates com a bola. Sem conseguir escapar da marcação e nem mostrar variação de jogadas, os brasileiros passaram maus momentos em campo. Oscar, que foi um verdadeiro guerreiro no primeiro jogo, foi praticamente nulo. Daniel Alves pífio, errando tudo o que tentava. Neymar tentando – e não passando disso – resolver sozinho sem levantar a cabeça quando resolvia tocar a bola. Nossa dupla de volantes também não esteve em um bom dia, deixando a defesa desprotegida. Ramires não disse a que veio e foi substituído por Bernard ainda no intervalo. O rapaz da alegria nas pernas está jogando a Copa como um juvenil, correndo como um louco e errando por nervosismo.
Felipão, nervosíssimo no banco, apelou para a superstição e, apesar do calor de Fortaleza, apostou na força do seu casaco azul. Porém, esqueceu-se de fazer as substituições necessárias. Quando fez, fez errado. Trocou Fred por Jô, como se fosse a peça a mudar o jogo. Obviamente, nada mudou. Por sorte, o México cansou e não conseguia mais ir pra cima, mesmo com as substituições ofensivas que foram feitas.
Marcelo tomou a iniciativa e tentou dar agressividade ao time. Chegou dentro da área e cavou um pênalti não dado pelo juiz. Uma mão do adversário no ombro dele não foi suficiente para a falta ser marcada e os que se divertem torcendo contra já começaram a produzir “memes”. David Luiz também ensaio avanços.
Quando Willian finalmente foi colocado no lugar do Oscar, era tarde demais e o placar do jogo só seria mudado em uma obra do acaso. Coisa que quase aconteceu aos 40’, na cabeçada já citada de Thiago Silva, após falta batida por Neymar. Mas aquele momento estava destinado para ser o derradeiro e grande lance do goleiro Ochoa.
Fim de jogo, um zero a zero que mantém o Brasil na liderança do grupo, mas tira a segurança da classificação. Por mais que pela frente tenhamos um desestimulado Camarões pela frente, enquanto México e Croácia se matarão pela vaga (sim, estou presumindo que os croatas vencerão os camaroneses), nada está garantido.
Nos acréscimos
É bom lembrar que boa parte da torcida brasileira nas arenas é composta por pessoas desabituadas ao futebol fora do sofá. A torcida mexicana travou um combate igual com a nossa por causa disso. Vieram os apaixonados. Latinos jogarão em casa nessa Copa, então é bom que os brasileiros resolvam ir além de cantar o Hino Nacional.
Apesar de decepcionado com o futebol apresentado pela Bélgica contra a Argélia, ainda aposto nos “Diabos Vermelhos” como um grande obstáculo no nosso caminho rumo ao hexa.
ST!
Panorama Tricolor
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Foto: Mike Blake/Reuters