Futebol é um barato. Por mais que os pernósticos de ocasião tentem tratá-lo como ciência exata, é impossível fazê-lo. E essa imprevisibilidade é que cativa centenas de milhões de apaixonados mundo afora.
O clássico desta quinta esteve inicialmente para o Botafogo, que imprensou o Fluminense no primeiro tempo. Eles muito bem, nós bem paradões, perdidos. Chegaram ao 2 a 0 com facilidade, em finalizações de Roger, a quem já xingamos muito no passado. O meio campo apagado, a defesa aberta toda hora e gente batendo cabeça. Nos cinco ou dez minutos finais é que o Flu fez uma levíssima pressão, sem efeito.
Não deve ser fácil encarar o Abelão irritado no vestiário, e claramente o sacode foi forte. A conversa foi breve, voltamos rapidamente ao campo, Wendel e Pedro nos lugares de Luiz Fernando e Dourado. Foi tudo diferente então: veloz, incisivo e empolgado, o Tricolor mudou da água para o vinho e virou para 3 a 2 em menos da metade da etapa, com destaque para Wellington: sofreu o penal e deu o passe para Richarlison marcar duas vezes, e este fez bela jogada pela esquerda para a conclusão mascada de… Renato Chaves, um dos bailados na primeira etapa. O mundo dá voltas e o jogo de bola não fica atrás.
Nos quinze minutos finais o Fluminense poderia ter ampliado o marcador. O Botafogo ameaçou apenas numa cabeçada de Sassá bem defendida por Cavalieri. Antes teve gols perdidos, gols justamente anulados, bola na trave, porrada e o escambau. Um clássico na acepção da palavra, maculado apenas pela genialidade de quem programou o jogo para quase dez da noite de quinta, numa cidade onde todos os bairros estão recheados de moradores aterrorizados com a violência. Se foram sete mil, o Clássico Vovô merecia pelo menos uns quarenta.
Ainda com problemas e muito a ser feito, o Flu venceu com enorme e franca personalidade depois de uma situação difícil, plenamente adversa. É o rei do Engenhão.
Quem secou quebrou a cara. Sornoza joga demais. Richarlison foi grande. Mais um passo rumo à semifinal.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: curvelo
Wellington, Pedro e Richarlison, se vira Abelão, com os 3 em campo é gol bagarai…
abs
A detentora da transmissão, conhecida por ser dona da tabela dos jogos, colocou seu protegido para jogar no horário “nobre” da quarta e o clássico para quinta, com o detalhe de que para não atrapalhar a seleção da cbf, ainda “achou” esse horário estranho, pra dizer o mínimo.
Depois ninguém sabe pq esse campeonato que já foi o mais charmoso do Brasil, não empolga mais.
Eu poderia ir caminhando para o Engenhão, mas não quero ser assaltado na Av Suburbana.
ST