Um ano para se passar a borracha (por Thiago Muniz)

Nunca imaginei – depois de dois títulos brasileiros conquistados com pujança, seriedade e disciplina – ver o Fluminense simplesmente minguar dentro e fora de campo.

Um clube que literalmente foi morrendo nas últimas nove rodadas do Brasileirão. De 27 pontos disputados, só conquistou três. Isso é um ultraje à inteligência do torcedor tricolor. Uma afronta.

Na minha humilde opinião, divido o ano de 2018 em dois marcos. O primeiro foi o rendimento da equipe com e sem Abel Braga. Não que Abelão, em sua última passagem pelo clube, tenha feito um oásis, longe disso. Mas ele manteve um parâmetro de jogo, mesmo com uma equipe limitadíssima. Uma hora, o velho Abel viu que não tinha mais forças dentro do clube e jogou a toalha. Não consigo julgar essa sua atitude, mas para um profissional com décadas na bagagem chegar a esse ponto, boa coisa no Fluminense não vinha nada bem. Mas isso falo daqui a pouco.

O outro marco foi a contusão do nosso artilheiro Pedro. Novamente ressalto: com uma equipe extremamente limitada, ele era o artilheiro do campeonato. A bola chegava até o Queixada matar a jogada, daí veio a contusão e a chegada de Júnior Dutra, que melou tudo que tínhamos de padrão de ataque, passamos a não ter finalização.

Não temos presidente. Mas como assim? É isso mesmo. Presidente de clube de futebol precisa ter fibra, moral e dar a cara a tapa quando se necessita. Não temos isso. Quando achávamos que a má sorte via Peter tinha acabado, chega Abad e piora toda a situação.

Meu Zeus, onde o Fluminense vai parar?

Quero também falar de algo que está entalado na minha garganta: como pode acontecer um plano de associação ao clube se transformar num partido político? Isso é uma patifaria. Zera tudo e começa tudo novamente.

“Nada se cria, tudo se copia”, como disse Abelardo Barbosa. Não precisa inventar uma técnica inovadora de programa de sócio torcedor: basta seguir modelos promissores norte-americanos e europeus, ou então ir a São Paulo ou o sul do Brasil e aprender como conquistar com eficácia o seu próprio torcedor.

Um programa de associação não basta só para vender ingressos, tem que fidelizar, tem que conquistar. Se continuar com essa baderna da Flusócio, o Fluminense será mais ladeira abaixo do que já está.

Voltando ao jogo final do Brasileirão, por incrível que pareça admito que torci por um mísero empate entre o Flu conta o América-MG; ao menos era o que nos salvava. Lamento pelo rebaixamento do Coelho, pois estava fazendo uma boa recuperação para não cair, mas que antes chore a mãe do torcedor deles do que a minha. Fim de jogo sofrido, 1 a 0 Flu com uma incrível defesa de pênalti do Júlio César, afora outras maravilhosas.

Saldo de 2018 para o Fluminense: um ano de passar a borracha.

“Fascina pela sua disciplina…”… que o clube tenha disciplina pra montar um 2019 que seja melhor do que 2018.

Desejo muita saúde, paz e prosperidade a todos, mesmo num cenário tão horrendo como o Brasil, mas… bola pra frente, sempre.

Boas Festas.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri