O bom da incerteza
A graça do futebol está na incerteza, no imponderável. Por isso, é o esporte mais popular do planeta.
Ontem, no Independência, o mundo inteiro fez questão de dizer: o Atlético Mineiro é o grande favorito, é o grande campeão da Libertadores, o Fluminense é um timinho que luta para não ser rebaixado. Cinco minutos de bola e os sorrisos da vitória certa foram postos no chão.
Não estamos em 2009 e nem estaremos em termos de desespero. Mas a pegada da partida lembrou isso. Quem diria, Wagner foi o grande comandante, fez sua melhor apresentação do ano, marcou gol e só não me fez queimar a língua porque o futebol exige regularidade, não lampejos – mas tomara que faça, tomara que queime – sou apenas um ótimo – ou bom – escritor e não um patético latifundiário da história, capataz da realidade única. Rafinha foi excelente. Sóbis, que não brilhou, lutou como sempre. No conjunto, o time – embora desfalcadíssimo – que todos queríamos ver.
Os mais limitados intelectualmente tendem a achar que elogiar Rhayner é o homicídio do futebol, tudo por conta de um frenesi tresloucado – Você quer dizer que ele é um craque, que sabe jogar bola? – Pelo amor de Deus! – Não, ser supremo, o que digo é de sua utilidade, sua capacidade de entrega máxima ao time. Fez o segundo gol, bonito, eu e Leo tememos que errasse o toque, e foi injustamente expulso a seguir. Aliás, onde está o patético mosaico de 2012 feito no Independência? Bem guardadinho depois da arbitragem do Johnny Bravo ontem. O Atlético baixou o sarrafo o tempo todo. O banco do Flu, repleto de garotos da base, espiava.
Jogamos com força e inteligência diante de um grande adversário. A vitória só não veio porque Ronaldinho é um monstro, uma fera – lembram quando diziam “É da noite, não serve para o tricolor”? A primeira falta, cobrou como se estivesse numa partida de futebol de botão – o dadinho subiu, beijou a trave a ganhou as redes, sem chances para Cavalieri. No segundo, aí sim, o goleiro poderia ter ido à bola – lembrou por um instante o velho Ricardo Pinto – acontece que Cavalieri tem total prestígio e crédito, é do jogo.
No fim das contas, ao contrário do que querem dizer os lacaios das redações de hoje, o ponto caiu bem. Fará diferença no futuro. Não sejamos cegos em não perceber que a atitude do Fluminense em campo foi a contradição dos últimos jogos – foi nossa camisa que disse “Sim, temos como reverter esse processo, não somos um time à beira do rebaixamento”. AGORA é preciso empurrar com toda força esse time no Maracanã no sábado e volto a dizer: somos uma só torcida – nenhuma organizada, desorganizada, avulsa, movimento ou o diabo é mais importante do que o Fluminense triunfante em campo contra o Bahia. Um centímetro a zero é o suficiente. Depois disso, dezenove grandes batalhas.
Nem tudo foi incerteza ontem: se Wagner mostrou que merece uma chance, Bruno e Anderson vieram para não ficar. Mas o momento não é de cornetagem ou caça às bruxas: há mais coisas importantes a se fazer.
Do que foi certo? O Fluminense não cairá, o Fluminense não vai sucumbir e a melhor das respostas será dada no momento oportuno.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: Estado de Minas
Neste domingo, 08/09, Paulo-Roberto Andel e João Marcelo Garcez no stand do Fluminense na Bienal do Livro às 15 h.
http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1184&idProduto=1216
Johnny Bravo.. kkkkkkkkkkkkkk
Na verdade ele é um filho da puta, isso sim!
Bom dia Paulo!. Gosto muito dos seus comentários, que são inteligentíssimos. Mas, por favor, não fique igual a alguns colegas seus que marcam alguns jogadores e daí para frente eles nunca jogam mais nada, mesmo tendo jogado para o time, como fez o Bruno ontem. Meu amigo, imagine o Igor Julião marcando o Fernandinho no jogo de ontem. O que teria acontecido?. Sds. Tetracolores.
Andel: José Roberto, respeito integralmente seu ponto de vista. Entretanto, no meu o Bruno é irregular há um ano e meio. Braxxx.