Espanha e Holanda já estavam classificadas no Grupo B, faltava somente definir quem seria primeiro e segundo colocados. No entanto, um Jorge, que não consegue ficar parado à beira do campo, conseguiu reverter essa lógica e trazer de volta a subjetividade, que teimamos em ignorar, para o futebol. O argentino Jorge Sampaoli levou à equipe andina uma das alternativas que o futebol moderno oferece.
Existem equipes que se compactam para defender e optam pela posse de bola. Assim, a velocidade não é a principal forma de fazer a transição da defesa para o ataque. Para chegar ao gol, a movimentação é a arma que fura o bloqueio adversário. Existem equipes que, também, se compactam para defender, mas optam pela velocidade para chegar ao ataque. Para tal, são necessários jogadores com essa característica.
No caso chileno, Sampaoli definiu a segunda forma de jogar. Aranguiz e Vidal dão andamento rápido ao jogo, enquanto Alexis Sanchez e Vargas jogam como flechas em direção ao ataque.
O técnico chileno dá continuidade ao excelente trabalho que fez na Universidad del Chile. Provavelmente, após o mundial, terá fila na porta de casa para a sua contratação.
O Grupo D foi chamado de “Grupo da Morte” porque acomodou três seleções que já conquistaram Copas do mundo. Qual dos três campeões ficaria fora das oitavas de final. Itália? Uruguai? Inglaterra? A estratégia ideal traçada foi, certamente, fazer o dever de casa e ganhar da Costa Rica. Depois, vencer um dos dois outros. Meio caminho andado. Faltou combinar com o “saco de pancadas” da turma.
Mais uma vez, um Jorge nos lembrou da inevitável subjetividade do futebol. O colombiano Jorge Luis Pinto conseguiu montar o seu time da mesma forma que o seu xará, apesar da Costa Rica ter menos recheio do que a Seleção Chilena. A compactação de duas linhas, que se movimentam de forma sincronizada por toda a sua intermediária, é a sua força defensiva. Para chegar ao gol adversário, conta com Joel Campbell, jovem atacante (faz 22 anos no próximo dia 26) muito veloz, habilidoso, inteligente e com Bolaños, que tem as mesmas características.
E agora? Até onde as surpresas latinas podem chegar? Dentro de uma lógica que está em descrédito, o Chile deve pegar o Brasil nas oitavas de final. A Costa Rica deve se dar o luxo de ficar em primeiro no seu grupo e, assim, pegará o segundo colocado do C. Colômbia e Costa do Marfim devem se classificar. A tendência é que enfrente o time africano.
Quais serão as surpresas que os forasteiros Jorges reservam para os adversários e, também, para os privilegiados que estão acompanhando e se deliciando com esta Copa?
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @MauroJacome
Revisão preliminar: Rosa Jácome
Foto: Google