O doce lado das arquibancadas (por Ise Cavalieri)

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Semana de comemoração ao Dia Internacional da Mulher, elas que desde sempre fizeram parte da nossa história. Afinal, o que seria de nós, sem o peso da palavra “torcedor”?

Termo surgido em solos tricolores, graças às elegantes mulheres que faziam questão de estar presentes nas partidas disputadas nas Laranjeiras. Sempre belas, com vestidos de alta costura, chapéus e luvas, mesmo com todo o forte calor do Rio de Janeiro. O calor aliás, juntamente com o nervosismo, fazia com que as mesmas tirassem e torcessem suas luvas, surgindo assim umas das maiores ou a maior palavra usada no meio futebolístico para definir seus apaixonados.

O pioneirismo vai muito além da nossa imaginação. Um esporte historicamente masculino, mas que sempre contou com a presença de mulheres, e de forma marcante. Mulheres que se dividem entre o trabalho, casa e filhos e ainda sobram tempo e amor para encherem as arquibancadas. A doçura e a delicadeza que invadem os estádios, deixando mais uma vez de lado o velho pensamento de fragilidade.

Mulheres que, todos os dias, precisam provar que realmente entendem de futebol; que ainda são obrigadas a ouvir que estádio não é lugar para mulher; as piadinhas com o questionamento de sabermos o que é impedimento ou que o juiz é sempre o de preto (ou amarelo), além da insegurança em cada volta – afinal, para nós é sempre mais perigoso.

Todos os preconceitos surgidos que colocamos no bolso e, mais do que nunca, temos transformado em respeito. Finalmente o futebol começa a ouvir o grito das mulheres nas arquibancadas, estamos em todas por todas as partes: criando termos usados até hoje, fundando torcidas organizadas,à frente de diretorias e presidências, na bateria e em todo lugar. Todas movidas por um só motivo: amor ao futebol e amor ao time do coração.

Nem tudo são flores, ainda temos muito a conquistar. Países que ainda proíbem a presença de mulheres nos estádios, salários e investimentos inferiores aos times masculinos, algumas cabeças pequenas onde o preconceito impera. A vida é feita de obstáculos e, mesmo que lentamente, cada dia é uma vitória. O número de mulheres no futebol, principalmente no Brasil, tem aumentado a cada ano. Uma das últimas pesquisas IBOPE apontou que já somos cerca de 50% em algumas torcidas.

O pioneirismo do Fluminense também contou mais participações femininas do que apenas uma criação de termo. Somos o primeiro clube a fundar torcidas organizadas exclusivamente de mulheres, casos da Fluminina e da Flu Mulher. Contamos com pavilhões e núcleos femininos que colocam a mão na massa, além de torcidas organizadas lideradas por uma mulher, como é o caso da T. O. Fiel Tricolor.

Não queremos estar acima de ninguém, apenas o mesmo espaço e direito de torcer, isso é a igualdade. Futebol é sim lugar de mulher – e lugar de mulher, no nosso caso, é onde o FLUMINENSE estiver!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @iseffc

#JuntosPeloFlu

Imagem: day/acervo gonzalez

2 Comments

  1. E lugar de mulher, no nosso caso, é onde o FLUMINENSE estiver! Perfeito!

  2. Lugar de mulher é onde ela quiser estar. Parabéns pelo ótimo texto e ST!

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