Em 2008, fui convidado por um amigo de pelada, o tricolor Frederico Cunha (economista do IBGE) para ir ao Armazém do Senado com meu cavaquinho e fazer uma brincadeira tocando sambas de enredo antigos. Como adoro sambas de enredo, aceitei de bate pronto. E foi amor à primeira vista: ao projeto e ao lugar.

O Armazém do Senado funciona desde 1907 na esquina da Rua do Senado com Gomes Freire. Um armazém centenário que mantém o balcão, o piso, o pé direito alto e as prateleiras como antigamente. Absolutamente espetacular. No coração da Lapa um Armazém centenário que há muito virou bar.

Como se não bastasse isso tudo, Fernando – que com seu irmão Henrique tocam o Armazém após aposentadoria e posterior morte do pai – abriu espaço para música no Armazém. E foi dessa brincadeira e nesse espaço maravilhoso que surgiu o Grupo Cultural Exaltação ao Samba de Enredo, o qual toco violão, hoje em dia (comecei no cavaco).

A brincadeira que era sexta-feira à noite, passou para o primeiro sábado junto com Feira do Lavradio. Pronto, em vez de reunirmos 20, 30 pessoas chegamos no ápice a reunir mais de quinhentas que tomavam a esquina. A roda de sambas de enredo cresceu e acabou gerando tumultos no trânsito e tivemos que sair. Fomos parar na meca do carnaval carioca: o Cordão da Bola Preta. E com eles nos apresentaremos na Cerimônia de Encerramento das Olímpiadas.

Mas, não é sobre o conjunto que desejo falar e sim, sobre o Armazém. Lugar alto astral demais reunindo trabalhadores de empresas das redondezas (IBGE, Petrobrás e tantas outras) e muitos bambas: Rubem Confete, Esguleba, Moacyr Luz, Boror, Makley Matos, Biro (ex-Galocantô) e muitos sambistas param para uma cervejinha ali, um bate papo ou até para cantarolar e tocar.

Cada sábado um estilo musical: do samba ao jazz. E agora, toda sexta, uma roda de samba com Bororó, Rubem Confete, Paulo Cesar (com quem toquei no Bar do Momo por 3 anos) e às vezes Esguleba e outros bambas. Imperdível.

Da formação original do meu grupo, eu, Assis e Fred nos encontramos regularmente lá (os dois, diariamente). Nosso escritor e fundador do Panorama, Paulo Andel, trabalha ao lado e às vezes bate por lá.

Tem muita gente boa lá: Marcus Vinicius (ex-IBGE), o grande Ataíde (ex-IBGE e agora representante de vinho), Franco (um tricolor italiano), a galera do Corpo de Bombeiros, Martins (policial, fundador do grupo), e tantos outros que guardo o nome.

A cerveja é gelada. Bebidas mil. Um ambiente fenomenal e música aos sábados. Se quiser comer, o bar do lado faz comidas deliciosas baratas e leva no Armazém.

Não deixe de conhecer esse pedaço do Rio Antigo no coração da Lapa.

Absolutamente fantástico.

Armazém do Senado, Av Gomes Freire, 256 (esquina com Rua do Senado).

Panorama Tricolor

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