O próximo domingo reserva emoções fortes para a torcida tricolor. O Fla-Flu, que será disputado no inusitado palco do Pacaembu, promete ser um jogo tenso, daqueles de deixar os torcedores com o coração aos saltos. Precisamos vencer, eles também, e me arrisco a dizer que o duelo não terminará empatado. E como já perdemos o primeiro clássico deste ano para o referido rival, temos a obrigação moral de conquistar os três pontos.
Claro que curti a derrota do Flamengo para o Confiança. Sair na rua e não cruzar com nenhuma “vela de despacho ambulante” é sempre bom. Além disso, o time sergipano possui um nome que deu possibilidade a trocadilhos infames, a brincadeiras diversas. Mas não pensemos nós, tricolores, que às vésperas de um Fla-Flu esse resultado nos foi interessante. Pelo contrário; tivessem os rubro-negros vencido a partida, o Fluminense, a meu ver, entraria ainda mais concentrado e disposto a contrariar o oba-oba que seria criado por uma turma que se acha melhor do que tudo e do que todos.
É justamente aí que mora o perigo. O Flamengo precisará se reabilitar do vexame e entrará disposto a tal. Possui um bom time e um técnico matreiro, a quem conhecemos bem. A diferença é que, desta vez, também possuímos treinador. Levir (que pela primeira vez sentirá a energia deste clássico), creio, não vai dar mole para Muricy.
A provável volta de Fred é outro aspecto positivo. Com ele em campo, nossa equipe é muito mais respeitada pelos adversários. Em que pese alguma falta de ritmo que venha a sentir, se receber um bom passe ou um cruzamento na medida ele pode, sim, decidir a partida. Quem duvida? Quantas vezes o nosso camisa 9 já não o fez?
O fato de o rival ter atuado no meio de semana e feito uma longa viagem não chega a ser uma vantagem para nós. Que ninguém se engane, eles entrarão com a faca nos dentes e, para batê-los, teremos que atuar da mesma forma. Garra e dedicação até o último segundo se farão necessários. Mas confio no Fluminense. O jogo com o Botafogo, apesar de termos sido dominados na maior parte do tempo, me deu uma certeza: a sorte está voltando a nos acompanhar. E a história mostra que, quando a sorte está ao nosso lado, a camisa se incumbe de fazer o resto, desde que haja, repito, garra e dedicação do primeiro ao último segundo.
Portanto, com o perdão do trocadilho à sergipana, não devemos ficar confiantes demais. Nem de menos. O Fla-Flu é um jogo mágico, no qual tudo pode acontecer; nele, eu já vi quase de tudo e continuarei a ver, com certeza. Felizes os paulistas, que receberão em seu mais emblemático estádio o maior clássico do planeta. Que vença o melhor – e que sejamos nós.
Encerro lembrando uma dedicatória de meu saudoso pai na contracapa do livro “Fla-Flu – e as multidões despertaram”, uma coletânea de crônicas dos irmãos Mario Filho e Nelson Rodrigues que ganhei de presente quando garoto. Ela dizia: “Ao meu querido filho Paulo Rocha Júnior, com os sinceros votos de que seja sempre vencedor nos Fla-Flus de sua vida”.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
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Ótimo texto! A cara do Fluminense!
Alegre, otimista, verdadeiro…
Parabéns!
Amanhã é dia de fritar os urubus.
ST e bom domingo pra todos nós.