Amigos, um jogo paupérrimo técnica e taticamente, mas digno de Libertadores, com nuances, lances temerários, cenas fortes e empate milagroso no fim.

Um primeiro tempo em que o Fluminense não conseguiu ser impositivo em nenhum momento. Só teve uma chance com Arias, mas que seu xará, o goleiro Arias defendeu.

Já os Bichos Vermelhos foram cirúrgicos na melhor chance que tiveram, além de outras duas que, não fosse a fase espetacular do Fábio, poderíamos ter saído com um placar irreversível ainda na primeira etapa.

As equipes voltaram sem mudanças dos vestiários, apenas na mandante a mudança que já havia sido feita durante o primeiro tempo, o autor do gol: Gabriel Ávalos deu lugar a Gastón Verón, que era dúvida antes da partida iniciar. Cumpriu sua missão no duelo.

O jogo foi marcado por duas expulsões, uma de cada lado. Primeiro Marcelo que, sem intenção, pisou na perna do adversário em meios a movimentos de dribles. A imagem é forte e chocante, tanto que o craque na hora se abalou e colocou a bola pra fora, sabia que tinha causado um acidente rotundo em um companheiro de profissão. Máximo respeito ao camisa doze tricolor.

Com um a mais, porém abalado pelo companheiro gravemente lesionado, o Argentinos Juniors não conseguiu tirar proveito da situação. E o treinador Gabriel Milito bobeou ao queimar todas as substituições ainda muito cedo na partida. Aos setenta e cinco minutos, já não poderia mais movimentar seu time.

Embora com superioridade numérica e organizacional, os argentinos não conseguiam oprimir os brasileiros. Pelo contrário: foi o Fluminense quem chegou, uma na trave e a outra na fatídica expulsão do goleiro homônimo ao nosso craque cafeteiro, Arias. Em saída atabalhoada e estapafúrdia, o arqueiro abriu a caixa de ferramentas em Diogo Barbosa, que entrara no lugar de Ganso para suprir a saída de Marcelo.

Como já haviam feito as cinco substituições e parado o jogo três vezes, Leonardo Heredia, um meia que havia entrado no último comboio, se aventurou a ser o goalkeeper dos Tufões de Boyacá, enquanto ao Fluminense caberia então, chutar desbragadamente, até que pudesse ao menos empatar.

Diniz então mexeu a valer. Entraram Leonardo Fernández e Martinelli nos lugares de Keno e Felipe Melo, quem sabe até poderiam ter sido titulares nessa partida.

Após uma tentativa de bolas traspassadas na área, Cano alçou para Leo Fernández. O uruguaio ajeitou de cabeça para Samuel Xavier, da entrada da área, acertar um chute de rara felicidade, um petardo que mergulhou nas mães de Heredia, mas terminou no fundo do barbante, empatando a peleja em um a um, resultado milagroso, levando em conta toda a loucura que foi essa partida.

O Fluminense, por mais que amemos e, por vezes queiramos declamar em verso e prosa, não vem jogando bem. Poucas coisas têm funcionado na equipe e hoje, mais uma vez, tivemos de abusar do Gravatinha, o incansável fantasmagórico, sempre solícito a mexer seus palitinhos em prol do Tricolor.

Nesta semana teremos pela frente Palmeiras e o mesmo Argentinos Juniors, ambos no Maracanã. As atuações nesses dois jogos podem apontar um caminho mais ambicioso ao Fluminense. A ver.

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Serviço do jogo:

ARGENTINOS JUNIORS 1 x 1 FLUMINENSE
Terça-feira, 01/08/2023 – 19:00 (Brasília)
Copa Libertadores da América – Oitavas-de-final (ida)
Estádio Diego Armando Maradona, Buenos Aires-ARG
Árbitro: Piero Maza (Chile)
Cartões amarelos: Lucas Villalba 16’, Marco Di Cesare 49’ (Argentinos Juniors); Felipe Melo 16’, Jhon Arias 85’ (Fluminense)
Cartões vermelhos: Alexis Martín Arias 76’ (Argentinos Juniors); Marcelo 56’ (Fluminense)
GOLS: Gabriel Ávalos 14’ (Argentinos Juniors); Samuel Xavier 87’ (Fluminense)

ARGENTINOS JUNIORS: Alexis Martín Arias; Luciano Sánchez (Pablo Minissale 61’), Marco Di Cesare e Lucas Villalba; Javier Cabrera, Federico Redondo, Franco Moyano e Mariano Bittolo (Rodrigo Cabral 74’); Luciano Gondou (Leonardo Heredia 74’), Gabriel Ávalos© (Gastón Verón 44’) e Francisco González Metilli (Matías Vera 74’). Téc.: Gabriel Milito. 3-4-3

FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, Nino©, Felipe Melo (Martinelli 81’) e Marcelo; André, Lima e Ganso (Diogo Barbosa 61’); Jhon Arias (Yony González 90’+4’), Keno (Leonardo Fernández 81’) e Germán cano. Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3