Antes do ocaso (por Mauro Jácome)

210 - 15102014 - Antes do ocasoMudanças à vista? Venho batendo na tecla que a acomodação tomou conta do plantel do Fluminense. Talvez, mais do que mudança tática ou técnica, Cristóvão Borges esteja planejando sacudir a turma para ver se consegue extrair um pouco de sangue para essa reta final do campeonato.

Não vejo ninguém que não esteja jogando capaz de reverter a tendência a queda. Kenedy? Biro Biro? Rafael Sóbis? Diguinho? Valência? Não vejo. No entanto, a última esperança fica por conta da volta de uma alegria há muito perdida pelos lados das Laranjeiras. Quem sabe?

Álvaro Oliveira Filho, no Lance de hoje, toca num ponto crucial: a falta de laterais. Bruno nunca esteve tão ruim. Carlinhos vive fora e, antes, estava matando o torcedor de raiva. Chiquinho dispensa comentários. O contratado do ABC, parece, vai estrear no Campeonato Carioca. De todos, o Fernando tem se salvado, mas fica perdido no meio da pasmaceira generalizada dentro de campo.

Ao contrário de outros tempos e de alguns outros jogadores, Fred tem se esforçado. Dentro das suas limitações técnicas fora da área, tem buscado jogo e se movimentado. Contra o Internacional, fez algo que, pensei, tinha esquecido: antecipou-se ao zagueiro no cruzamento de Conca.

Vou aguardar e dar um voto de confiança ao técnico. O próximo adversário – Criciúma, em casa –  é daqueles que o Fluminense adora ressuscitar. Um bom teste para as mudanças.

Sub-23

Talisca FC no 1º tempo versus jogo coletivo no segundo. Foi assim, anteontem, contra os EUA. O menino tem talento: é alto, pernas longas, passadas rápidas, drible fácil. No entanto, de nada adianta utilizar essas qualidades se não for pelo coletivo. O jogador do Benfica (ex-Bahia) tem que se conscientizar que, se continuar com esse egoísmo dentro de campo, as críticas virão.

Na volta dos vestiários, Gallo mandou a garotada tocar mais a bola. Resultado: o time brasileiro envolveu os americanos e as chances de gol sucederam-se. Bolívia e EUA são testes válidos, principalmente para o time pegar confiança. No entanto, é preciso jogar sério os 90 minutos. Em Brasília, se o primeiro tempo tivesse sido igual ao segundo, o placar passaria dos cinco.

Seleção

Ontem, o time de Dunga enfrentou a Seleção do Japão e Neymar deitou e rolou. Independentemente da qualidade japonesa, vimos uma mudança. Neymar atuou como autêntico atacante. Em vez de buscar o jogo e tentar fazer gols de placa, procurou se posicionar na última linha de defesa do adversário. Tardelli e Philippe Coutinho, no melhor estilo dos saudosos pontas-de-lança, meteram duas bolas longas e Neymar, esperto e rápido, chegou à frente dos zagueiros e não teve dificuldades para mandá-las para as redes.

No Barcelona, ele atua mais avançado, pois quem trabalha da linha central para frente é Messi, Rakitic ou Iniesta. Assim, o brasileiro está rachando de fazer gols. Dunga tem observado bem. Assim, o craque do Barcelona ainda fica menos vulnerável às faltas duras que sofre quando tem vários adversários à frente.

Panorama Tricolor

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