Produtos oficiais, ingressos, viagens para outras cidades e até países… Ida ao estádio mesmo doente ou com o pé quebrado. Até onde vai o amor de um torcedor?
Não é novidade que nós, torcedores, fazemos loucuras pelo nosso Fluminense.
Promessas em troca da vitória em um jogo de extrema importância, o sonho de casar com um torcedor do mesmo time que seja tão fanático quanto, a vontade de que os filhos nos sigam nessa “loucura”…
“Tenho uma amiga flamenguista e que na época (Fla-Flu, 2010) era menor de idade e pediu à mãe para que fosse comigo. Combinei que a deixaria assistir o jogo na torcida dela e eu, na do Fluminense, mas quando chegamos estava rolando um princípio de confusão e não quis deixá-la só, achei muito perigoso. Aí que começou tudo: eu estava usando a camisa da organizada Young Flu, mas por sorte ela estava com um casaco dentro da mochila e foi o que me salvou. Ainda sim, desconfiaram porque eu não esboçava reação nos gols do Flamengo, enquanto os do Fluminense eu precisava me segurar… Por pouco não deu problema (risos)” – Conta Gabriel Couto, de 23 anos.
Essas loucuras não são algo exclusivo da ala masculina; muitas torcedoras também demonstram de forma inusitada:
“Aos 12/13 anos fugi de casa para ir ao Maracanã; como castigo, fiquei sem televisão, celular e duas semanas sem poder ir aos jogos. Com 14 fiz minha primeira tatuagem do Fluminense. Com 15, perdi 4 provas para ir a Barueri apoiar o nosso time e agora com 18, fiz minha segunda tatuagem (3 sessões e em duas, chorei do começo ao fim), uma dor insuportável nas costelas, mas que valeu muito a pena”, conta Yandra Guimarães, 18 anos.
Como vivência, posso contar-lhes que precisei passar no meio da torcida do Flamengo em um Fla x Flu no Engenhão e não seria problema se a tatuagem do Fluminense não estivesse à mostra. Na hora não pensamos nas consequências, mas hoje, talvez não tivesse mais coragem.
Coleções, quartos decorados, festas de aniversário tendo o time como tema, marcas na pele…
Chega um momento em que não se sabe mais como expressar o sentimento e é aí que entra a hora de gravar na pele o que não sai do coração.
“Dizem que sou louco por eu ser assim, mas louco é quem me diz e não é feliz… Eu sou feliz…” (Balada de louco – Os Mutantes – 1972)
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: Yandra Guimarães/ IC