Amor à camisa existe? (por Claudia Mendes)

Tricolores, não existe essa de jogador de futebol fazer juras de amor eterno. São raros os que o fazem e cumprem. Faz parte do show beijar a camisa e não comemorar o gol se for transferido para o time rival. Isso tudo é muito comum.

Falo do assunto por conta da contratação do Luiz Henrique pelo Botafogo. Uma trajetória comum nos dias de hoje. Essas negociações são normais. Não encarem como traição… o futebol é capitalista. Paixão, amor verdadeiro somos nós, torcedores, que sentimos na pele.

O contrário acontece também. Antes de sair do Fluminense e retornar ao futebol de Minas, Fred recusou uma sondagem do Flamengo. E disse que recusaria quantas fossem feitas. Na época achei surreal. Ainda existem atletas que pensam com paixão, são os ídolos. Por isso, não nascem todos os anos. Às vezes levam décadas. O agora dirigente Fred tem esse laço forte com o Fluminense.

Antigamente, muito antigamente era assim. Mas o futebol não era milionário e globalizado. A fidelidade ao clube era muito natural. Muitos jogadores atuavam do início ao fim da carreira com a mesma camisa.

Só que a cabeça do torcedor é paixão e a outra metade, também. Não critico isso, sei como é. Não há razão, no entanto, para tantas críticas e até ofensas.

O futebol a cada dia é uma bolsa de negócios, em qualquer lugar do mundo. O americano Textor, investidor do Botafogo, foi lá e negociou. Levou. Ele pensa como investimento apenas, não como paixão. Não dá é pra achar que um garoto criado em Xerém, cheio de talento só iria vestia a camisa tricolor. Se despontar, começar a aparecer para o mundo, ele vai voar. Xerém é uma vitrine de qualidade invejável. Com sorte um dia volta pra casa.

Vamos acabar com essas mágoas bobas. O mundo já está muito esquisito.

2 Comments

  1. Paixão de Fred: participação em dezenas de direitos federativos dos jogadores da base.

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