Alguns minutos sobre o Fluminense (por Paulo-Roberto Andel)

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Vem aí o aniversário do Flu, na próxima sexta-feira. Rapaz, 121 anos, não é pouca coisa, um convite à reflexão.

A história de um clube tão grande e vitorioso não pode ser substituída por instantes de conveniência, não é mesmo? E já que todo mundo torce para o mesmo Fluminense, não custa valorizar o todo em vez das menores partes.

Outra coisa: o passado tricolor anda sendo reescrito demais… Não dá para inventar versões do que a história já consagrou.

Em primeiro lugar, quem é contra vaia precisa aprender a conviver com quem vaia. O motivo? Dotada do então senso crítico mais apurado do país, a torcida do Fluminense cansou de vaiar e protestar, a ponto de ter sido protagonista de mudanças que levaram a grandes títulos. Agora, ninguém vaia quem joga bem. Aí está o Fla x Flu que não nos deixa mentir. Ah, sim, eu não gosto de vaia, mas tenho passado e já vaiei muito quando achei necessário, assim como aplaudi da mesma forma.

Segundo: é possível curtir os bons resultados atuais sem cair nas esparrelas de “Nova Máquina” por exemplo. É possível valorizar o Fluminense de hoje sem desvalorizar o Fluminense do passado, fundamental para que tivéssemos chegado até aqui. E dá para vibrar com os grandes momentos tricolores de 2023, sem varrer para debaixo do tapete os famosos “sons de cuíca”: negociações esquisitas, favorecimento de empresários, desvalorização da base, Live Sorte etc.

Terceiro: estamos em boa posição, viemos de um bom clássico e podemos brigar pela Libertadores, mas é impossível desprezar a vantagem que o Botafogo tem hoje. É tão grande que, nos últimos 52 anos, em apenas três ocasiões o Fluminense tirou uma grande diferença de pontos para ser campeão, a saber: em 1971, seis pontos do Botafogo; em 1995, oito pontos do Flamengo e em 2012, oito pontos do Atlético Mineiro. Portanto, não se trata da idiotice espalhada como “torcer contra”, mas tão somente da compreensão de que ganhar o Brasileiro não será moleza alguma e, para um clube grande como o Flu, a boa colocação sempre será um prêmio de consolação. O argumento fajuto de “ah, antigamente a gente lutava para não cair” não cola: antigamente, a gente também já deu muitas e muitas voltas olímpicas.

Quarto: Libertadores. Que tal se classificar antes nas oitavas para depois projetar as quartas? Somos favoritos, mas vamos enfrentar um campeão da competição. Respeito é fundamental. Depois, e se for o caso, a gente pensa em um novo Fla x Flu.

Quinto: algumas sentenças simples. Torcida não é claque. Torcer não é abanar o rabo. Arquibancada não é lugar de culto nem missa, nunca foi. Chega de conversa fiada de quem palpita sem nunca ter estado nos lugares antes. Desde a pandemia, o Fluminense tem um dos maiores índices de apoio da sua torcida em sua história. Eu mesmo cansei de ver centenas de partidas com públicos sofríveis de 1.500, 2.500, 3.500 torcedores no Maracanã dos anos 1970, 1980, 1990, 2000 e 2010. Garanto que quem acompanha desde 1978 pode testemunhar o mesmo. Portanto, chega dessa ladainha de falta de apoio. O que não dá é o jogador cumprir atuações ridículas e o torcedor fazer papel de bobo alegre. Mais uma vez: salvo exceções, quem joga bem ou pelo menos com raça nunca é vaiado.

Agora, quando é o caso, até a Máquina Tricolor foi vaiada e, se aconteceu com ela, pode acontecer com qualquer outra versão do Fluminense.

Ah, dá pra torcer muito pelo nosso time, comemorar seus bons resultados e saber que sua gestão é, no mínimo, caótica.

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No sábado passado completamos 11 anos no ar, e comemoramos com uma grande live que durou quase oito horas, acho. Imagine receber mensagens de Edinho, Romerito, Régis, Celso Barros, Ricardo Mazella e Rubens Galaxe, dentre tantos outros amigos?

Não houve ruindade que nos derrubasse com o tempo, nem processo, nem sabotagem nem invisibilidade. Dirigente que tentou nos dizer gracinhas saiu com o rabo entre as pernas. Respeitamos a todos, mas aqui não é lugar de medo.

Às milhares de pessoas que têm nos prestigiado, aos milhões de acessos e aos colegas de imprensa, o nosso muito obrigado.

Trabalhamos diariamente para trazer debates novos e pensar o Fluminense, dentro de um ambiente de fraternidade e camaradagem. É o que acreditamos. Nem todo mundo sabe vestir essa roupa, paciência. Os cães ladram, a caravana não para.