Existe vida sem Unimed. Definitivamente.
Ouço pelos bares e arquibancadas que “o dia que a Unimed sair, o Fluminense vai pra série C, sem escalas”.
Os que dizem isso, ou não se lembram ou simplesmente não tem noção do tamanho do Fluminense. Clube que tinha 96 anos quando começou a ter um pequeno aporte da empresa de saúde ainda na série B de 1998. Sim, porque essa história de que “A Unimed tirou vocês da terceira divisão” é tão balela quanto a de que o Eurico nos “tirou” de lá. No jogo da queda para a série C, em 98, o time já estampava o patrocínio. Mesmo que em participações pontuais por jogo. Estávamos em nosso pior momento da história. Eles não mergulhavam num mar de rosas.
No mercado de planos de saúde, nem sonhavam em ter a grandeza que hoje ostentam. E o Fluminense já era o Fluminense. Já era campeão do mundo. Já havia conquistado o “Nobel” do esporte. Já era bicampeão brasileiro. Tinha a hegemonia em títulos estaduais (que inclusive perdeu durante a parceria).
Isto posto, apenas para situar o tamanho das duas instituições, coloco a proposta para a possível saída da Unimed (pelo menos no formato atual).
Ir ao mercado com um plano de captação de patrocínio, para as faixas chamadas “master” e “manga” desmembrados (coisa impossível com o atual contrato) e número (onde a TIM tem interesse e faz esse tipo de apoio à grande parte dos grandes clubes brasileiros). A Caixa tem interesse. E mesmo que eu não veja com bons olhos dinheiro estatal para bancar atletas de ponta, é uma alternativa.
Somado ao dinheiro das transmissões de TV, bilheteria, fornecedor de material, venda de atletas e sócio torcedor, conseguiríamos tranquilamente ter uma equipe competitiva no Brasil.
O que os tricolores não percebem é que a conta atual está ficando cara demais! Quem, no Brasil, pagaria a um jogador que fica parado 40% dos jogos no ano, um salário que beira os 900 mil reais? Os salários do time são inflacionados. Todo atleta que é sondado pede quantias altíssimas por saber que a Unimed vai cobrir. Só que eles não pagam 100% do salário. E é aí que a conta não fecha. Ficamos cada vez mais endividados.
Sem nosso atual patrocinador/investidor e com as demais alternativas captadas, conseguiríamos ter um time mais equilibrado, sem as imposições exdrúxulas do Sr. Celso Barros e com salários mais condizentes com a realidade de um clube que não goza de plena saúde financeira. Acho pouco provável que a investidora volte apenas a ser patrocinadora, sem gerenciar em decisões do futebol. Mas gostaria.
Mas o ponto-chave para o sucesso da vida sem Unimed passa pelo sócio-torcedor. Quando a torcida se conscientizar que ela é parte importantíssima desse processo, deixaremos de ficar reféns de qualquer patrocínio que surja. E colocamos o Flu de volta ao seu devido lugar. Com o torcedor tendo voz ativa, inclusive dentro do clube, onde tem direito ao voto.
Com a grandeza do Fluminense, não conseguirmos ter ao menos 100 mil sócios é piada de mau gosto. Se temos mesmo os milhões de torcedores que dizem (de 9 a 3, de acordo com as pesquisas divulgadas e seus devidos interesses), não conseguir esse volume que o Inter de Porto Alegre tem, sabidamente um clube estadual, que não é representativo fora do Sul do país, é um tiro no pé de qualquer pretensão de se desprender dos caprichos do mecenas. E esses 100 mil sócios trariam um faturamento de cerca de 3 milhões por mês. 36 por ano. Um belo patrocínio.
A saída está na torcida. O Fluminense somos todos nós.
E você, já é sócio?
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
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O Fluminense para continuar grande dependerá essencialmente do número de sócios, mas parece que o clube se auto-sabota, pois não divulga os planos associativos de maneira adequada. Falta de marketing e de direção. Espero que a Flusócio martele a direção em busca de soluções para a falta de planejamento.ST