O dia 02 de julho de 2022 jamais será esquecido pela torcida tricolor. O Fluminense goleou se valendo de duas estratégias que nascem de sua proposta dominante e, o gol 199 marcado por Fred, dividiu a partida em dois momentos distintos, cada um com sua importância dentro do enredo espetacular que se desenhou no Maracanã.
Também ficou nítida a evolução tática e coletiva do time. A cada jogo que passa fica mais claro os ideais ofensivos que alimentam a mente de Fernando Diniz. Como o adversário não apresentou riscos defensivos, o Flu deitou e rolou, impondo a goleada impiedosa por quatro gols de vantagem.
No primeiro tempo, o Fluminense jogou com as linhas em progressão. Abafou e envolveu o rival com técnica e objetividade. A concentração em torno da posse aconteceu pelas beiradas, como gosta o treinador. Arias, por exemplo, ponta esquerda na teoria, procura o enxame tricolor que nasce diante da bola. Por vezes, estava pela direita para se juntar ao bloco e conseguir espaço por dentro para acionar Cano.
Como não existiu posição fixa com a bola nos pés, o Tricolor tirou a referência defensiva do 5-4-1 do adversário, que não achou o Flu em campo. Abaixo, o 4-2-3-1 que se agrupou o tempo todo para promover o controle do jogo.
Na etapa final, o Fluminense abaixou o bloco de marcação, mas jamais perdeu o controle da partida. Como virou o intervalo com dois gols de vantagem, o Tricolor atraiu o adversário para obter espaço e matar o jogo.
A trinca de meio deixou de abusar muito das beiradas e desceu para fazer a saída, ficando os laterais atrás da linha de pressão e prontos para o escape em velocidade. No Flu de Diniz, os laterais são fundamentais para a profundidade e amplitude da equipe.
Abaixo, a ilustração tática do Tricolor na etapa derradeira. O Flu dialogou mais atrás e encontrou espaço no fundo e no centro para atacar o rival.
Com a estratégia de atrair o Corinthians para atacar o espaço, o Fluminense conseguiu seu terceiro gol escapando em velocidade. A jogada iniciou com Caio pela lateral esquerda até a bola chegar nos pés de Matheus Martins, localizado na meia. O garoto deu uma fatiada sensacional para Samuel, o lateral oposto, que deu um tapa ligeiro, ganhou do marcador e cruzou para Cano fazer mais um gol na temporada. Ou seja, os dois laterais em velocidade com as beiradas livres só precisaram de uma ligação pelo centro para transformar em gol a estratégia muito bem estabelecida pelo comandante tricolor.
A grande dúvida era como o Flu iria se portar após a saída de Luiz Henrique e a suspensão de Nonato, jogador que havia dado vida nova ao posto de segundo volante. Mas Martinelli e Matheus Martins jogaram muito bem e corresponderam à altura. O primeiro se gabaritou a lutar pela vaga com Nonato, passando Yago e o sonolento Nathan no elenco. Já o garoto mostrou ser a opção mais acertada para substituir Luiz. Tem menos drible, mas possui ótimo passe, tem visão de jogo, força para o arranque e finaliza com técnica.
Por alguns instantes, Diniz escalou um 4-4-2 com Cano e Matheus no ataque e o time se portou muito bem. Surge mais uma opção tática para o treinador na falta de Ganso.
Além de duas estratégias dentro da mesma proposta, também tivemos dois jogos no Maracanã. Um antes e outro depois da participação de Fred.
Antes da entrada do camisa nove, o time vencia e controlava com o 3 a 0 no placar. Após sua entrada, a torcida teve o prazer de viver outro jogo que teve como ápice o quarto gol marcado pelo ídolo. O balançar das redes levou o Maracanã ao delírio, coroando a atuação digna de Fluminense que o time teve na bela tarde de sábado.
O Fluzão engatou a terceira vitória seguida no Brasileirão e a cada jogo a equipe sobe um degrau na escala Diniz de competitividade. Que continue evoluindo. Salve o Tricolor!