Ainda sobre o aniversariante Rivellino (por Paulo-Roberto Andel)

Faz muito tempo. Não, talvez não faça tempo assim. É que o tempo do futebol tem outras medidas e durações. Por exemplo, o gol de barriga vai fazer 30 anos daqui a pouco e está muito vivo. O primeiro grande gol de Assis completa 40 agora e parece que foi outro dia.

Enfim, há 48 anos o Fluminense fazia tremer todos os alicerces ao construir aquela que é a mais emblemática de todas as suas equipes: a Máquina Tricolor de Francisco Horta. E sua pedra fundamental é Roberto Rivellino, aniversariante deste domingo.

Um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, campeão mundial em 1970 e sucessor de Pelé como o maior camisa 10 do Brasil – e consequentemente do mundo à época – Rivellino virou o Rio de Janeiro de cabeça para baixo com sua chegada. A seu lado, veio um lote de outros jogadores que, reunidos num só poster, simbolizam um Fluminense de espetáculos, grandes públicos e vitórias apoteóticas.

O revisionismo leviano ajudou a propagar a ideia de que a Máquina venceu “pouco”. Naquele tempo, com exceção do campeão brasileiro e do vice (que se classificavam para a Libertadores), as equipes do país jogavam seus campeonatos estaduais, o nacional e amistosos/torneios no exterior somente. Não havia Copa do Brasil, nem Sul-americana. O Campeonato Carioca era a competição mais importante do país e, em 1975/1976, o Fluminense lavou a alma.

Rivellino jogou três anos e meio pelo Fluminense. Venceu no Brasil e no exterior. Em todo o mundo, o Flu passou a ser conhecido como o paradigma do futebol, a Seleção Brasileira em três cores cheia de craques e com o camisa 10 de arrepiar. Basta dizer que em 1976 o Fluminense bateu seu recorde de maior média de público, com mais de 40 mil torcedores presentes.

Quase 50 anos depois, a Máquina é um sonho que habita o imaginário dos torcedores do Fluminense. Os mais jovens precisam conhecer o tamanho daquele super time. Os mais velhos carregam emoções inesquecíveis de golaços, vitórias históricas, grandes títulos e um reconhecimento mundial. Sua força é tamanha que, até quando a Máquina foi desfeita, o time de 1977 ainda contava com nomes espetaculares, tais como Wendell, Edinho, Pintinho, Cléber, o próprio Rivellino, Marinho Chagas e Doval, ganhando a Taça Teresa Herrera daquele ano.

Integrante de uma linhagem onde se encontram nomes como os de Romeu Pelicciari e Didi, Roberto Rivellino é o maior craque vivo da história do Fluminense. E que assim continue por muitos e muitos anos.

Viva Rivellino, 77 anos! Viva o maravilhoso Fluminense da Máquina!