Adaptar para sobreviver (por Rods)

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O ser humano é a criatura com a maior capacidade de adaptação na face da terra. Enquanto o mundo envelhecia, nossa espécie se adaptou a climas diferentes, relevos diferentes e ambientes diferentes. O homem moderno ainda mostra essa habilidade ao driblar ou ao se encaixar em determinadas situações. Assim vencemos obstáculos e sobrevivemos.

Chegou a hora de Eduardo Baptista fazer isso. Sejamos francos, ele não tem culpa dos problemas, principalmente os político-administrativos, do Clube. É um treinador em aprendizado, quer mostrar algo diferente, algo moderno. Insistiu tempo demais em deixar desprotegida uma zaga que há muito passa desconfiança. Apenas um cabeça-de-área e laterais ofensivos. Fizemos muitos gols, mas que foram poucos diante de tantos outros que levamos.

Meu amigo Marcus Vinícius Caldeira pediu e o técnico atendeu. Pierre e Douglas enfrentam o Botafogo. Realmente não é a opção definitiva para todos os males, mas é “o que tem pra hoje”, a solução imediata. O problema é que na mexida, Scarpa foi deslocado para a lateral esquerda, o que, como já comentei ano passado, é um desperdício. Pode jogar bem, mas dificilmente jogará o seu melhor.

Repetirei outra coisa que digo faz tempo: 3-5-2. Um sistema defensivo mais sólido, alas que não sejam falsos laterais, meio campo povoado, jogadores próximos um dos outros, nada de atacante isolado, seja o Fred ou qualquer outro. Seria a minha aposta para o Fluminense de hoje.

O futebol, assim como nós, precisa ser adaptável ou morre. A cabeça que estará hoje na degola é a do filho do Nelsinho e a máxima “tal pai, tal filho” não pode funcionar. Se você já leu a coluna de hoje da Crys Bruno, vai entender o porquê.

O jogo de quarta-feira passada contra o Cruzeiro mascarou a condição que o time vive hoje em dia. Mas quem prestou atenção, viu com facilidade como estamos capengas e o Fla-Flu escancarou isso. Cavalieri vive mais um momento de desaprovação por boa (e crescente) parte da torcida. A impressão que eu tenho é que ainda estamos em pré-temporada.

O Botafogo “100%” joga na base da superação, capitaneado pelo Ricardo Gomes, mas tem um time extremamente limitado, formado por jogadores medianos, que dificilmente teriam chance em outro dos chamados grandes. Ainda que seja um clássico, nem a rivalidade permite que o Fluminense aceite um resultado que não seja o da vitória.

O nó aperta no pescoço de Eduardo Baptista na mesma medida que a vontade da torcida em acompanhar o time de hoje diminui. Adaptar para sobreviver vale também para quem está no comando fora de campo.

O show precisa continuar

Os Rolling Stones passaram pelo Rio e muito foi lembrado da relação da banda com o nosso Fluminense ao longo dos anos. Acontece que nós temos o nosso próprio dinossauro do rock and roll: Sérgio Augusto Bustamante, conhecido por todos como Serguei.

Diferente da badalação em volta dos ingleses, Serguei vive o pior momento dos seus 82 anos. Ontem foi noticiado que, aquele que foi amigo de Jimi Hendrix e que fez Janis Joplin se tornar tricolor, hoje passa fome. Recebe uma aposentadoria que não paga seus remédios e uma pequena verba da Prefeitura de Saquarema para manter o Templo do Rock.

Chegou a hora da nossa torcida mostrar força mais uma vez para ajudar um tricolor em necessidade. Mais novidades sobre isso aqui mesmo no Panorama.

“A Janis era tricolor, porque eu fiz a cabeça dela, e inclusive perguntei pra ela, o porquê de uma mulher tão maravilhosa usar tanta química, e essa química toda poderia acabar com ela, mas infelizmente ela não me deu ouvidos. ” – Serguei, em entrevista para o Rockflu, também reproduzida no Whiplash.

ST!

Panorama Tricolor

@Panoramatri @Rods_C

Imagem: Rods / PRA

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