Um clube é o reflexo de sua diretoria.
Talvez o futebol funcione como o corpo humano, onde o torcedor é o coração, a diretoria o cérebro.
O maior medo é um dia ter que dizer aos meus netos que o Fluminense foi um time tradicional, assim como um torcedor do America talvez precise dizer.
Com todos os problemas, notícias, áudios vazados, o que devemos esperar daqui para a frente: acreditar em uma presidência que diz que é preciso acreditar e apoiar, enquanto os fatos desanimam cada vez mais ou de fato acreditar, já que não nos resta outra saída?
Na década de 1990 passamos pela pior fase de nossa história, onde foi claro que, do mesmo jeito que uma diretoria consegue levantar um clube, ela também pode afundá-lo. Temos como outros exemplos, o próprio America, um time tradicional carioca, que “terminou” com sua sede sendo leiloada ou até mesmo a Lusa, hoje sem divisão, originada pelo fato da diretoria ter se envolvido na Flamenguesa.
Uma gestão que coloca como culpa a anterior e parece esquecer que se trata do mesmo grupo político. As duas últimas gestões que abandonaram o futebol e pareciam prezar pelos esportes olímpicos, os mesmos esportes que são obrigados a pedir ajuda dos torcedores com venda de rifas, além de esportes que foram “escorraçados” do Fluminense, como foi o caso do futebol feminino. O mesmo detentor da Taça Olímpica.
Um senhor que manda o torcedor organizado ir para arquibancada apoiar, justamente o torcedor com anos de estrada, que viaja, que apoia em todas as fases e certamente já fez mais pelo clube do que o próprio.
Amar é sim cobrar, é querer ver o melhor, de quem é melhor.
Quando aconteceu um dos primeiros protestos, causado inclusive pela falta de patrocínio master, logo o clube anuncia um patrocínio, mesmo que pequeno. Após a saída do Pedro Antônio, vem a nota da volta de todos os jogos no Maracanã, além do retorno do plano 100% sócio torcedor e com a saída do vice, após o áudio vazado, a seguinte divulgação do Parreira na vaga. Aliás, o Parreira sempre nos salvando dos piores momentos…
Espero poder vir um dia e dizer que estava equivocada em todas declarações e que essa gestão conseguiu regenerar o que fomos nos anos anteriores. Espero estar errada ao achar que todos os passos dados servem para adormecer a torcida, que a cada vez que acordamos, surja um “cala boca” que nos faça voltar a dormir. Assim como a história do Brasil, o gigante que acordou e voltou para o seu berço esplêndido…
Que o medo de contar aos netos que o Fluminense um dia foi tradicional, citado no começo do texto, tenha o lugar tomado pela alegria de contar que, apesar de todos os problemas, o clube passou como guerreiro e se reergueu como um gigante.
Panorama Tricolor
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Imagem: ise