Tudo se vira para quarta. Nenhum tricolor pensa em outra coisa. Vão todos para o Defensores Del Chaco e se imaginarão nos dribles do Luiz Henrique, no oportunismo de Cano, na vibração de David Braz. Correrão juntos com Arias, terão a visão de jogo de Martinelli, a categoria de André.
O clima de guerra tem que ser utilizado com inteligência. Tumulto, jogo parado, nervosismo são fatores que correm contra os paraguaios. Há forte tendência para isso. Melhor para o Fluminense. Jogo truncado e tempo passando serão combustíveis para o nervosismo. Se souber explorar, meio caminho andado.
O ponto forte do Olímpia tem que ser evitado. Os cruzamentos são perigosos e eles têm gente que sobe bem. Ganharam muitas vezes pelo alto. Sem a bola, as linhas não podem ficar muito próximas da área de Fábio, senão, incentivarão os cruzamentos. Mantendo-os mais longe, insistirão nos chuveirinho e, dessa forma, facilitarão o trio da zaga.
A outra parte da história é o contra-ataque. Os paraguaios vão com tudo, principalmente se o tempo passar e não sair gol. Luiz Henrique será fundamental. Arias também, mas não deve começar jogando. Martinelli para abastecer os homens de frente, mas também deve começar no banco.
Ao final do jogo, Abel será o gênio que conseguiu a classificação nessa fase enjoada da Libertadores ou a besta que não conseguiu nem passar da pré-Libertadores. E o restante da temporada dependerá desse resultado.
Semifinais do Carioca
Provavelmente será o Vasco. O cruz-maltino está num momento delicado depois da desclassificação da Copa do Brasil e na situação constrangedora de time de Série B em dobro. Não será necessário poupar ninguém, pois a Libertadores só volta na terceira semana de abril, quando o Carioca estiver terminado. A diferença técnica é bastante acentuada, portanto, manter o ritmo conduzirá o Fluminense naturalmente à final.
Luiz Henrique
Se as notícias sobre a saída da Flecha Tricolor forem verdadeiras, e parece que são, é lamentável a continuidade dessa política de enxugar gelo. A saída precoce das revelações impede um time competitivo e não ajuda a resolver o problema maior de receitas. Pega-se a grana, paga-se o varejo e pouco sobra para turbinar o time. Quando surge uma dessas revelações, o time começa a subir alguns degraus, mas a saída faz recomeçar sem chegar a lugar algum.
A semi-final com duas partidas é realmente desnecessária. Em um campeonato onde a Taça Guanabara é decidida sem final, não há a necessidade de se realizar tantas partidas para decidir o campeão Carioca.
Aliás, essa fórmula de 3 títulos (Guanabara, Taça Rio, Cariocão) em um só torneio é muito confusa e deveria ser melhor distribuída.