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Neste sábado, um dia de grande efervescência no Fluminense por causa das eleições, em certo momento eu estava na fila de votação quando Celso Barros passou a conversar comigo e outros tricolores.

Após cumprimentos fraternos e perguntas, lembramos do dia da final da Libertadores 2008.

Celso comentou que, após o jogo, não conseguia pensar em nada. Somente ao chegar em casa, quase às quatro da manhã, ao lado da esposa, é que a ficha lhe caiu. Então eu lhe disse que, apesar daquele ter sido um dos dias mais difíceis da história do clube, nada apagaria aquela maravilhosa campanha, onde o Fluminense tirou dois multicampeões do caminho – São Paulo e Boca Juniors – e cumpriu jornadas inesquecíveis. Neste momento, ele ficou claramente emocionado. E eu também. Perdi meu pai a uma hora do início daquele inesquecível 3 a 1 sobre o time do Morumbi com o gol imortal do nosso Coração Valente.

Celso Barros é um personagem que merece um livro inteiro. Destemido, polêmico, apaixonado, chairman, ele é um dos grandes personagens tricolores do Fluminense no século XXI. Em crônicas, muitas vezes critiquei seu modelo de investimento; noutras, vibrei como nunca.

Hoje é natural que os ânimos estejam mais acirrados – alguns, muito além do razoável. No entanto, é preciso que todos entendamos uma coisa: as eleições no Fluminense não podem servir para pretexto de linchamentos morais, ainda que alguns atores do cenário tenham tido um comportamento absolutamente deplorável. Não podem servir de assassinato de reputações apenas por uma disputa por votos.

A Celso Barros, meu respeito e apreço perenes. Ao seu jeito peculiar, ele fez um grande Fluminense. Seu número de votos nada diz sobre sua trajetória e importância, que continua entre todos nós. Ele entende a grandeza do Tricolor.

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O presidente Pedro Abad tem uma missão hercúlea para os próximos três anos. N jogadores com contratos vultosos e longos. Conciliar a questão econômica com o natural sentido de grandeza do Fluminense em campo. E muitas outras coisas.

Contudo, desta vez não está amparado. somente por um grupo político, mas por uma verdadeira Seleção Brasileira de próceres tricolores.

Pacificar o clube e a torcida são outras tarefas prioritárias. Cada um de nós deve ajudar nesse processo, que é constante. E, formiguinha que sou, aqui estou para colaborar no pouquíssimo que me cabe.

Paz a todos os tricolores. O ódio é lixo sem possibilidades de reciclagem e só.

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Esta coluna é dedicada a um dos grandes vencedores deste processo eleitoral: o meu amigo, irmão, parceiro e ídolo Antonio Gonzalez. Se o Fluminense hoje dá seu primeiro passo rumo à pacificação, deve muito disso a ele, com décadas de serviços prestados ao clube.

E também ao meu sócio e irmão Marcus Vinicius Caldeira, por diversos motivos.

Para finalizar, um terceiro nome essencial na defesa do Fluminense, mesmo a duas mil léguas de distância: o professor Luiz Alberto Couceiro.

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Doutor, uma modesta dica para uma próxima vez: convém todo o cuidado com as palavras e as pessoas. É o principal caminho de entrada na história pela porta da frente, em vez da dos fundos.

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A distância entre o ódio e a derrota é de apenas três letras.

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Ainda tem jogo. É o Fluminense em campo, a camisa e o respeito. Que o time a honre diante do Figueirense.

Panorama Tricolor

Imagem: rap/ Silvio Almeida