A minha primeira vez… no Panorama Tricolor… o que escrever? Desde já agradeço ao grande Paulo-Roberto Andel pelo convite, fato que aumenta, e muito, a responsabilidade diante do público mais seleto da casa da literatura do Fluminense.
Mais do que casa, reino!
Os últimos 30 dias foram muito férteis, para o bem e, principalmente, para o mal.
Um acidente aéreo ceifou 71 vidas, a equipe da Chapecoense se esfacela por completo; a imprensa perdeu ícones, dentre eles o tricolor Paulo Julio Clement. A dor de uma cidade transforma-se no choro de um Brasil que, por si só, já agoniza no meio da maior crise de valores institucionais que a aristocrática política brasileira produziu em 127 anos de República – e faz do povo colombiano o símbolo maior da solidariedade, que deveria pautar as relações entre nações latino-americanas, muito além dos extremismos que pautam as cores do poder.
O time do Fluminense completou 10 jogos sem vitórias, e o que se vê é uma forma justa, porém muitas vezes histérica, de reações. Se por um lado é importante que muitos comecem a fazer política no clube, por outro mostra o quão vazios de metodologias são os que, de saída, tem como proposta a cultura do caos.
A eleição no Fluminense ocorreu no dia 26 de novembro passado e, de lá para cá, muitas conjecturas, sem afirmações exatas e de poucos acertos finais. Muito “disse-me-disse”, muitas raivas que conduzem processos, muitas feridas que hesitam em levar os pontos da costura do diálogo. É mais fácil crucificar, assim é o modus operandi dos que não tiveram competência e proposta para ganhar.
Disseminar o ódio depois do resultado eleitoral. E pensar que TODOS os campeões de audiência tiveram seus candidatos derrotados… perderam por um simples motivo: colocaram o ódio e o fígado por diante dos interesses do Fluminense.
“As pessoas perderam o senso de ridículo por causa de futebol” (by Bernardo Belfort)
Não, amigos: está tudo errado. Quando o mais fácil neste momento é a opção pelo trabalho correto, tem gente viajando na bílis sangrenta.
Num momento em que a população é vilipendiada em cima da sua trajetória, agora alargada, de vida trabalhista, por outro lado o uniforme verde de Bangu I é democratizado, fugindo do layout imposto pelos pré-julgamentos sociais, aqueles do “menino negro e favelado não tem direito a viver porque é ladrão”. E temos a ousadia de querer um Fluminense lutando para encontrar o seu caminho, na deslealdade das forças oriundas das ditaduras televisivas, por alguns também conhecido como a “espanholização do futebol”.
“A ruína da sociedade chegou implicitamente ao futebol” (by Antonio Gonzalez)
O futuro fato é que, se nada for feito, a diferença de emolumentos poderá abrir um abismo de mais de 4 bilhões de reais acumulados pelos próximos 10 anos, em favor dos paisanos do clube de regatas da Gávea.
E, se aliarmos a isso, um vídeo nauseabundo, gravado dentro de um trem por um torcedor equivocadamente inconseqüente (e chega de linchamentos!), que coloca a Instituição como “El malo y el feo de todas las peliculas” é preciso que se repense com urgência que tipo de destino queremos dar ao Fluminense, principalmente se o transformamos e o o preparamos para assumir o papel do “El Bueno”. Mas, para isso, somos obrigados a vestir o macacão da excelência, despidos de quaisquer tipos de vaidades e, sem erros, interpretar o papel de um clube unido. É a nossa obrigação, em favor do Tricolor das Laranjeiras, conjugarmos em primeira pessoa o “And the Oscar goes to…”!
Vai embora 2016 sem se despedir; pode bater a porta e não precisa trazer atestado médico.
Botafoganização, pontepretanização… Tem gente falando assim… Muita revolta que para nada deve ser vista sem uma profunda análise, que provoque a real descoberta das causas e os motivos de reações estapafúrdias, vindas de mecanismos oriundos das redes sociais.
Enquanto os estados de direito agonizam entre as bombas de gás e efeito moral direcionadas ao trabalhador, em pleno centro do Rio de Janeiro, delações premiadas, em nome de “quase toda a verdade”, premiam aos corruptos de turno.
Que justiça queremos: a da trairagem em nome de um bem(?) maior(?)? Ou iremos catequizar as novas gerações, tratando desde o princípio, de que HONESTIDADE tem que ser princípio de vida e não apenas qualidade?
E o principal: não esquecer de ENSINAR AOS MAIS JOVENS A HISTÓRIA DO FLUMINENSE e a participação efetiva da sua torcida, arquiteta mor da essência e do sentimento da exigência fixa de um time campeão.
Decidi apoiar a candidatura do ainda não empossado Presidente Pedro Abad por várias razões, mesmo à custa de perdas pessoais (será?). Sempre coloquei o Fluminense acima de qualquer outra visão que não seja a da transparência e a de alicerçar a perenidade.
Da mesma forma que nunca fugi de uma linha crítica, assumo que o momento é de paz e de construção.
O que eu busco? Para o que eu luto?
Certamente não é o Fluminense que cultua personalidades, mas sim o que constrói pontes. É o nosso dever.
O Presidente Pedro Abad, desde enquanto candidato, tem mostrado que tem o tamanho exato, currícular, de caráter, visão e humano que o cargo exige.
E que não fique a dúvida: montou uma bela equipe para o Conselho Diretor, cujo desenho nos alenta em direção ao quanto de inovação em gestão que o Fluminense tanto precisa.
Que tal se deixarmos essa equipe começar a trabalhar?
Por que crucificar antes do apito inicial?
Ora senhores, vamos nos despir de vaidades e deixar as pessoas começarem a colocar em prática seus Planos de Gestão.
Open mind, o Fluminense necessita e agradece.
Dedicar esta coluna a apenas uma pessoa seria covarde de minha parte, mas é impossível não pensar no jornalista tricolor Paulo Julio Clement. Ambos somos da mesma geração, que fez a viagem dos sonhos eternos daqueles anos 1970 dos Félix, Galhardo, Marco Antonio, Flavio, Lula, Manfrini, Cleber, Pintinho, Rivelino, Paulo Cezar Lima, Gil, Doval e Edinho, entre TANTOS OUTROS… E nem assim deixamos de gritar, mais de uma vez, “Queremos time!”.
No domingo passado, quando saía do estádio Giulite Coutinho, depois daquele empate horrendo com o “NEO-REBAIXADO” Internacional, vivi um silêncio que me incomodou… logo eu, um ancião de 55 anos… Tantos as Organizadas, como os Movimentos Populares, que tão bem fazem o pré-jogo e o durante, pecando por falta de um compromisso maior…
Naquele instante pensei: “Se fosse a Força Flu de 1982, teria levado 100 quilos de talco, incentivado o jogo inteiro e, ao final, gritaríamos ‘Queremos time!’”.
É necessário que os adolescentes, assim como os jovens não deixem de gritar “Queremos time!”…
Deixem para os mais maduros tentarem fazer com que seja possível. Sem medos. Juntos.
Bem vindo, Presidente Pedro Abad!
UNIDOS POR UM FLU FORTE!
Pelo Fluminense. O Fluminense merece.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: agonz
Muito bem vindo e parabéns pela grande estreia!
“QUEREMOS TIME” com alma e sangue verde, branco e grená!
SSTT4!!!!
Antônio, fala por conhecimento de causa e você me conhece há muitos anos. Fizemos história em 1995, você lembra? Quanto ao momento atual, sua análise foi perfeita quanta a Falta de Cobrança da Atual Torcida do Fluminense. Confesso que Minha Única Esperança Na Diretoria Eleita, São as Pessoas que Não Fazem Parte do Flusócio. Esses já nos Mostraram durante 6 anos o que Não Fazer para o FFC ser o que Tanto Queremos. Você é Um dos Caras que Confio de Olhos Fechados. Sucesso Irmão !!!!
Muita coisa tem que mudar no Fluminense. Agora, uma coisa é a crítica construtiva e fundamentada, a outra é mimimi de perdedor. Que o nosso time avance em 2017.
Grande reforço do Panorama.
A torcida do Fluminense está enebriada, sonolenta, silenciosa. Não se justifica a tentativa espanholização do futebol brasileiro, tampouco o favorecimento midiático aos mulambos e maloqueiros, muito menos a ditadura das maiorias nas escolas. Nossa torcida tem a obrigação de ser grande, por menor que esteja! E ser grande significa não apenas empurrar o time nos estádios; significa também demonstrar o verdadeiro orgulho de ser tricolor aos filhos, amigos e conhecidos.Motivos para isso, não faltam!
Só ousaria fazer um adendo ao seu texto:
“perderam por um simples motivo: colocaram o ódio e o fígado E OS INTERESSES PRÓPRIOS por diante dos interesses do Fluminense.”
Igualzinho ocorre num clube que conheço lá do outro lado da montanha…
abraço
Ih, a carapuça já serviu rápido, impressionante.
Pior que não saber perder, é não saber vencer. Sobre o comportamento da torcida, pós jogo, o silêncio representou o vazio na esperança, ao constatar a falta de vigor é a paz e fidalguia fingida e programada.
Quem não soube vencer?