A responsabilidade no Fluminense (por Claudia Barros)

Responsabilidade social. Talvez esse não seja o melhor conceito a ser aqui aplicado. Mas é o que me ocorre.

Ter responsabilidade social implica praticar atos que melhorem a qualidade geral de uma instituição, promovendo um ambiente mais saudável para as pessoas, para os negócios e para a sociedade em geral.

Portanto, a aplicação da responsabilidade social visa melhorar o ambiente da instituição e de quem dela faz uso.

Agora vamos à aplicação prática do conceito, partindo do princípio de que um clube de futebol é uma instituição social e de que quem faz uso dela, precipuamente, é a sua torcida, seu patrimônio máximo.

Sendo assim, questiono.

É exemplo de responsabilidade social a compra de um jogador desconhecido do grande público, que jogava futebol em um time sem expressão do leste europeu, que teve carreira no Brasil em clubes de série B, C e D e que não joga atualmente porque não consegue desenvolver o futebol na função para a qual foi contratado?
É cabível a contratação de um jogador em fim de carreira, que jamais foi um craque de bola, que demonstra nítida falta de condições físicas para jogar profissionalmente e que esquentava banco no clube anterior?

É admissível permitir a improvisação de jogador numa função importante do time, porque os jogadores daquela função, contratados a peso de ouro, não rendem o esperado?

É razoável uma instituição que possui um dos melhores centros de formação de jogadores de futebol do país improvisar jogador inapto em determinadas posições, quando há jogadores aptos para a função na sua própria base?
Há como creditar fidúcia a uma instituição que vende jogadores da base por valores, em geral, abaixo do mercado e contrata atletas em fim de carreira e inapropriados, por salários astronômicos?

É tolerável que compromissos assumidos pelo mandatário da instituição, após quatro anos não tenham sido implementados, sob o argumento da necessidade de mudança estatutária? Quatro anos não foram necessários para implementar, por exemplo, a medida democrática e cidadã do voto on-line para presidente do clube?

A resposta para todas as perguntas é: não!

E assim cabe dizer que o clube de futebol chamado Fluminense Futebol Clube não é uma instituição gerenciada com responsabilidade social. Desculpem-me quem pensa o contrário, mas há muito o que avançar em transparência e profissionalismo para que o Fluminense orgulhe a sua torcida e possa ser considerada uma instituição que se orgulhe de ser administrada com responsabilidade social.

Ah, ganhamos o Carioca 2022, estamos em quarto lugar no Brasileirão e nos classificamos para a semifinal final da Copa do Brasil.

Verdade! Tanto quanto é verdade que um clube acompanhado e adorado por milhões de cidadãos merece ser conduzido com transparência e responsabilidade social.

Na boa, a gente vai cansado de desmandos!

1 Comments

  1. Está como sempre corretíssima, nobre Claudinha. Não há que se ter como aceitar a contratação de elemento tão desqualificado quanto a prática esportiva quanto ao caráter.

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