Ontem, meu camarada, amigo e sócio aqui no Panorama, Paulo Roberto Andel escreveu um belo texto nas redes sociais pedindo menos ódio e paz no Fluminense. Lendo aquele texto, me senti na obrigação de contar a nossa história para mostrar que pequenas picuinhas podem ser nefastas e não levam a nada.

Conheci Paulo Andel em 1992 quando entrei para a UERJ onde cursei  Matemática, Andel era aluno de estatística, curso que junto da informática, era ministrado na mesma faculdade, o IME (Instituto de Matemática e Estatística). Paulo Andel, era membro e uma das lideranças do Centro Acadêmico.

Logo fui para oposição a ele e à gestão do Centro Acadêmico. Nem me lembro o porque. Vá vendo.

Perdemos a eleição por poucos votos. Se não me engano uns 20, mas perdemos, e Paulo Andel e aquela turma viraram meu inimigo de morte.

No ano seguinte, Paulo Andel se formando, não participou da chapa e fomos para o embate com o que restou daquela gestão do CA.  Ganhamos de lavada, mais de 75% dos votos. Ainda, sim a birra com Andel (que nem mais era do CA) continuou.

Depois disso, nos formamos e perdemos contato. Volta e meia, eu via Andel na torcida do Fluminense. Pensava comigo: “Esse mala é tricolor”. A última vez que o vi no Maraca naqueles tempos de birra, foi na despedida da geral do Maracanã contra o São Paulo.

Pois bem. A partir de 2006 criei meu blog “Tricolor de Coração” e comecei a participar um pouco mais da “internet tricolor” principalmente no site Flu-Forum. Descobri alguns textos do Andel. Mas não adiantava. Na cabeça vinha: “Pô, aquele mala do CA escreve bem”, mas eu seguia com a rusga dos tempos de CA.

Até que em 2012, aconteceu um encontro de tricolores no Bar Rio-Brasilia do grande tricolor Marlon, Andel apareceu, um reconheceu o outro quase 20 anos depois. Nos aproximamos e batemos um longo papo. Um puta papo. Ali, senti que ia nascer coisa boa. Trocamos e-mails e facebook e marcamos de fazermos um programa de internet juntos. Paulo fazia um programa no site Bendito Flu.

Depois disso é o que vemos hoje em dia. Panorama Tricolor criado, mais de 200 programas em vídeo, 10.000 páginas escritas, e principalmente um forte amizade, bate papos diários no WhatsApp sobre o mais diversos temas (política, música, Fluminense), muita zoação, bom humor. Uma dádiva.

Sinto como se tivesse perdido 20 anos de minha vida. Tudo por conta de picuinha política universitária.

O pior que pode haver no debate político é a picuinha (“não gosto dele e pronto”). A picuinha afasta pessoas muito próximas. Impede o diálogo. Fraciona. Divide. Não soma. Faz pessoas inteligentes virarem verdadeiros cavalos com antolhos. Um horror.

No Fluminense isso acontece direto. Sou próximo da Flusócio. Vejo pessoas baterem de graça na Flusocio sendo que o discurso delas é todo Flusocio (organização, futebol profissionalizado, tricolor de arquiba para dentro da gestão, saúde financeira do Flu, fortalecimento da instituição), Vejo gente da Flusócio “brigando” com gente do MR21 e vice-versa. Quando converso com eles separadamente, vejo que têm a mesma visão para o Fluminense. Isso acontece com outros grupos também, como o “Vence o Fluminense”, por exemplo. E com muita gente que não participa da gestão.

“Não gosto dos caras e pronto” e vem uma verborragia para bater.

Isso tem que estancar. Há pessoas no clube que realmente eu não converso sobre gestão e política porque os pensamentos são antagônicos, ou porque estas querem ganhar do clube, mas, nunca por picuinha: “Ai, eu não gosto desse cara, me recuso a dialogar com ele”.

Isso tem que estancar.

Saúdo a vinda do Cacá para a campanha e tenho certeza, a gestão Abad.

Saúdo a vinda do meu querido amigo Paulo Roberto Andel para o meu lado nessa empreitada.

Saúdo a vinda de tanta gente boa que eu já conversava no clube (Nelson Ferreira, Heleno Sotelino, Zalmir Padrão e tantos outros) e que, mesmo fazendo duras críticas à gestão, eu nunca deixei de dialogar e conversar. Estou convicto que é bom ter apoio crítico. O monólogo emburrece e faz a gestão cometer erros.

Basta de picuinhas. Vamos dialogar, sempre, com quem temos afinidades de pensamento.

Com que quer se locupletar do Fluminense, jamais, claro.

Vamos em frente.

O Fluminense é um gigante.

Panorama Tricolor

Imagem: mvc

#somosfluminense