A lixeira do futebol carioca (da Redação)

lata de lixo

Até parece que outro dia mesmo não aconteceram cenas de violência no clássico entre Botafogo e Flamengo, com o claro intuito de preservar as imagens mais queridas. Ou que na partida entre Fluminense e Vasco o caos não imperou, com direito a bonde armado circulando pelo Engenhão.

O futebol é muito seguro hoje em dia, tanto que os estádios do Rio de Janeiro estão numa época em que chove pelo ladrão (sem trocadilhos), abarrotados de gente louca para ver os times.

Não importa que o programa do Gugu seja capaz de superar a audiência do jogo das dez da noite.

Não existe a menor preocupação com o fato de, a cada ano, mais torcedores responderem em pesquisas de opinião que simplesmente não torcem para time nenhum.

Afinal, o campeonato carioca é um sucesso!

Basta ver seus jogos disputados à tarde em estádios que não possuem refletores há décadas.

Arquibancadas cheias.

A grande novidade do próximo domingo na partida entre Fluminense e Botafogo – cuja disposição dos nomes não indica de forma alguma o mandante, uma vez que a Federação é que dispõe dos mandos de campo, fato inédito no futebol mundial – é…?

Simples: os sócios tricolores não terão (mais uma vez) direito aos descontos e isenções de que gozam naturalmente por direito constituído quando o clube tem mando de campo. Não houve “acordo” interclubes para o respeito a contratos. Isso porque os torcedores do Flu, muito empolgados com o brilhante campeonato, terão a grandiosa oportunidade de estar no Maracanã pela segunda vez neste 2015…

Alguém vai dizer “Lógico, o Fluminense não é o mandante”. Não, é ilógico. Nenhum time o é. Os locais das partidas são determinados pelo humores da Ferj.

Uma sandice sem par.

Objeto da política vil impetrada na Federação de Futebol contra o Tricolor, sua torcida e sua história.

Uma política destinada a fazer do futebol carioca uma lixeira.

Uma política de rancores, de pobreza intelectual, de falta de profissionalismo (por incompetência ou mesmo proposital). De má fé.

Objeto digno de processos judiciais. Que deveria começar do próprio clube, que precisa fazer valer os direitos de seus associados. Ou deveria fazer. Ou lutar por eles.

Quem paga mensalidades em dia e tem direitos adquiridos não pode estar sujeito à boa vontade de terceiros em acordos recorrentes, como se fosse como se o desconto legal fosse um favor ocasional prestado aos sócios.

Se o problema é o “mando de campo da Federação”, que se tome providências contra a nefasta entidade desde já para que 2016 não repita os desastres de agora.

Campeonato sem mandante nas partidas é igual a casamento sem noivo(a). Uma aberração.

E então, Fluminense? Vamos agir?

A Federação tem um presidente que faz questão de boicotar o fundador prático do futebol brasileiro (respeito a Ponte Preta e Rio Grande, mas quem desenhou os caminhos da bola Brasil afora foi o Fluminense), mantido no poder à custa de clientelismos. Não somente boicotar mas também ridicularizar, debochar, galhofar. A certeza de total impunidade.

Com Flamengo e Fluminense de um lado, Vasco e Botafogo do outro, os dois últimos aliados ao reacionarismo decenal da Ferj, o futebol carioca passa a ter uma só saída.

Para trás, naturalmente.

Enquanto isso, vamos aplaudir mais um Maracanã de público à meia boca no próximo domingo.

A apoteose da mediocridade.

Um dia, tudo foi muito diferente.

young bol

Panorama Tricolor

@PanoramaTri 

Imagem: uol

#SejasóciodoFlu

capas o espirito da copa + cartas do tetra 02 2015