A decisão (decisão?!) estapafúrdia da Polícia Militar, que obriga os sócios do Fluminense a resgatarem seus ingressos físicos em postos de troca, é só o primeiro capítulo da Decisão, a verdadeira, de quarta-feira. Um capítulo nefasto, diga-se.
Sócios do Fluminense entram no Maracanã com seus e-tickets, mas a Polícia Militar afirma que “o jogo está classificado no mais alto grau de sensibilidade”. Ora, é preciso bem mais do que isso para justificar esse absurdo. Em que sentido estaria classificado no mais alto grau de sensibilidade? Em jogos com apelo idêntico, como a despedida do Fred e a partida de volta contra o Fortaleza, não houve relatos de confusões ou violências, ao contrário de partidas de outro clube, em que episódios de invasões ao Estádio do Maracanã são recorrentes.
Realmente não dá para entender que a solução tecnológica, e cuja eficácia e celeridade já foram reiteradamente comprovadas, dê lugar ao procedimento físico, moroso, que submete torcedores duplamente a longas filas, tanto para a troca quanto para a entrada no Estádio, sem falar na disseminação de ingressos falsos e na ação nefasta dos cambistas. Eis aí a real insensibilidade da Polícia Militar.
O que há por trás disso não se sabe, pelo menos oficialmente. Não se sabe, também, o que se passa na cabeça de um jornalista que, instado a se manifestar sobre a partida em si, promove a seguinte pérola: o Fluminense estaria sendo beneficiado pela CBF porque terá um dia a mais de descanso do que o Corinthians, já que jogou contra o Coritiba no sábado à noite e o time paulista, no Domingo à noite. Isso, segundo o dito cujo, afetaria o equilíbrio da competição.
Ora, bolas!
Deixemos a decisão para dentro de campo, e a insensatez do órgão de segurança pública e de (alguns) jornalistas de lado. O Fluminense nunca navegou em mares sem ondas, e não será diferente na decisão que se avizinha. Vamos com João de Deus, com a Torcida, com Diniz e seus comandados, e é o que nos basta. Eles que corram atrás, sem jogo sujo.