Na semana passada, fiz uma postagem no Facebook que repercutiu de forma tão inesperada, que me fez refletir muito sobre o assunto.  A minha postagem dizia assim:

“Diálogo que acabo de presenciar na saída das Barcas:

-E aí amiga, conseguiu dar uma olhada no shopping ontem?

-Que nada! Quando eu cheguei, ele (o marido) já estava me esperando!

-É mesmo?

-Pois é, não consegui nem dar uma olhadinha sequer… Mas depois eu descobri porque ele chegou tão cedo. Tinha jogo do Botafogo!

-Sério?

-É mole isso? Peguei a Barca Velha e quando cheguei ele já estava me ligando nervoso, dizendo que já estava esperando fazia muito tempo. Agora vê se pode isso: Fazer tudo isso só por causa de jogo! Também, bem feito! Ficou todo nervosinho porque o time dele perdeu, hahahahaha!”

Logo na hora, parei e pensei: “Só por causa de jogo, como assim?!” Coitado deste homem (não apenas por ser botafoguense), coitada desta mulher. Se ela soubesse da importância do futebol em nossas vidas… Talvez um dia ela até descubra, mas poderá ser tarde demais. Pensei em falar com ela, mas resolvi deixar pra lá. Se ela pensa mesmo assim, nunca iria entender. Parafraseando o “Grande Poeta” Cumpadi Washington: “Inocente, sabe de nada!”

Engana-se quem pensa que o futebol é apenas um esporte, apenas um jogo de 11 contra 11 aonde o vencedor é aquele que conseguir fazer mais gols no adversário. O futebol é muito, muito mais do que isso.  Afinal, em que outro esporte o mais fraco tem tantas chances de vitória? Pode jogar o jogo inteiro com 10 atrás da linha do meio campo, há espera de apenas uma bola pra definir, há espera de um milagre. Isso amigos, é uma lição de vida.

Vivemos um dia a dia cheio de regras. Temos que acordar cedo, fazer exercício, comer bem, dar bom dia pra aquele vizinho mala, agradar o chefe, agradar a mulher (ou marido), fazer o dever com as crianças, dormir bem, ser politicamente correto… Ufa! Dá pra cansar só de pensar.

Podemos e devemos usar o futebol como uma válvula de escape em nossas vidas. É o lugar onde podemos falar, “Pega, quebra”, sem necessariamente desejar o mal aquele cidadão.  O grito “Uh, vai morrer”, não nos transforma em cúmplices de tentativa de homicídio ao senhor juiz. É quando, num momento de felicidade extrema, podemos abraçar uma pessoa que nunca vimos na vida, seja ele gordo, magro, branco ou preto, sem preconceitos. Futebol não se vê muito menos se ouve. Futebol se sente com o coração.

Em 1999, aprendemos com o futebol que é nas situações mais difíceis de nossas vidas, que os verdadeiros amigos aparecem. E com seu apoio, conseguimos tirar forças que nem sabíamos que tínhamos para nos reerguer.

Em 2008 aprendemos que definitivamente a vida não é justa, e por mais que achemos que merecemos muito alguma coisa, nem sempre isso vai acontecer. Neste mesmo ano, aprendemos também que a soberba é o 1º passo para a derrota do homem. É quando achamos que somos muito bons e que não precisamos mais aprender, é que as maiores quedas acontecem.

O futebol também nos ensinou com muita propriedade em 2009, que enquanto há vida, há esperança, e que 1% também é chance. Se você quer muito alguma coisa, qualquer que seja a sua chance de conseguir, vá! E se der medo, vá com medo mesmo. O não você já tem, quem sabe você consegue o sim.

Os últimos meses nos deram outras lições importantes. Por mais que muito achem que não, vivemos numa sociedade com leis, e elas tem que ser cumpridas, doa a quem doer. E que errar é humano, mas persistir no erro é muita burrice, thcê!

E você, qual é a importância do futebol na sua vida?

ST

Panorama Tricolor

@PanoramaTri