A ética elástica (por Paulo-Roberto Andel)

BgnldH3CYAAFsUgO futebol brasileiro é cada vez mais marcado pelo que se pode chamar de strange currencies.

A grita por conta do caso Flamenguesa, já devidamente varrido para debaixo de uma papeletona amarela, dá o tom dos dias atuais.

A crise do Flu em 2013 foi muito mais explorada, divulgada e debatida do que as recentes seis vitórias seguidas que lhe deram a atual liderança do Carioca 2014 – uma delas, goleada sobre o eterno pré-campeão da Libertadores, com todo o ridículo contido nesta sentença.

Os mais apressados tendem a estabelecer um juízo de valor sobre a prevalência de uma competição sobre a outra. Curiosamente, não pela ótica econômica: o Carioca paga mais aos seus clubes e é mais visto do que a primeira fase da competição poliamericana.

É certo que o Carioca e os estaduais em geral perderam força por várias razões, mas a principal delas está no desestímulo ao comparecimento de torcedores nos estádios, seja pelos preços, desconforto, horários exóticos ou itens menos votados. Claro: a TV paga caro, não se incomoda nem um pouco com o aumento de sua audiência.

Onde estiver a camisa do Fluminense, o jogo e o campeonato são importantes. Ponto.

Alguém tem dúvidas de que se o atual vice fosse o líder do Carioca, a competição “enfadonha”, “fraca” e “chata” seria “charmosa”, “emocionante” e “tradicional”?

Dois pesos, duas medidas.

Falando nisso, os que abusaram da grita contra o Fluminense por causa dos incríveis equívocos do consórcio Gávea-Canindé estão, digamos, mais amansados. Talvez tenham descoberto o que não gostariam e revisitaram Ricúpero: “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”. Ou “tem que valer o que acontece no campo”.

Gestos hipócritas de fácil derrubada, vide o clássico de ontem (domingo).

No campo, o Vasco fez dois gols. Se foi tungado – e foi, claro! – é outra coisa.

Cumprindo regras e regulamentos, o Vasco perdeu, inclusive de forma injusta e por causa de uma falha capital da arbitragem. Mais uma, num rol infindável de strange currencies.

Haja sorte na Gávea, assim como na famigerada rodada 38/2013. O rei da sorte agora precisava de uma vitória que lhe afastasse de uma possível crise às vésperas da segunda partida na Libertadores, da qual costuma vangloriar-se como infinito campeão para os adversários, mas da qual tem sido mero figurante há 32 anos.

Haja sorte.

Hipocrisia também.

Ou a vergonha na cara tão declarada pelo senhor Bandeira de Mello.

Ou a ética elástica que circunda as strange currencies.

OBS: Citar Ricúpero não foi qualquer ironia em relação ao BNDES.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: reprodução

6 Comments

  1. Pois é… vejam o pênalti a favor do Fluminense que causou uma comoção nacional e disparou (mais) uma campanha de calúnia e perseguição contra o Flu no Brasileirão de 2012, essa capitaneada pela imprensa (sempre ela) e pelo delinquente do Khalil com preciosa ajuda do esquizofrênico do Cuca.

    http://www.youtube.com/watch?v=uTebSaoOJ6s

    Segundo os iluminados da imprensa esportiva, um escândalo!

    Como é fácil para a imprensa levar brasileiro no bico.

  2. Fico imaginando se esse erro do auxiliar fosse a favor do fluminense, a revolta da globo ESPN, foxsport e outros seria imensa na segunda feira. st!

  3. Como sempre Andel, genial! Os molambos reapareceram com tudo na redes sociais de ontem pra hj, depois de mais de uma semana de desaparecimento! É a torcida mais AVESTRUZ do mundo! Quando o time está bem, andam pomposos e saltitantes, mas quando tomam uma tamancada, enfim a cabeça na terra! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Se o framengo um dia, e quero viver pra ver isso, cair pra segundona, se depender da torcida não volta nunca mais! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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