Seja amor à primeira vista ou daqueles que chegam aos poucos e crescem à medida que o coração vai permitindo, a verdade é que ser Tricolor está no destino dos mais fortes. A vida escolhe aqueles de alma e garra, o sangue guerreiro corre nas veias, que pulsam por superação.
Parafraseando a música do eterno Cazuza: “Nossos destinos foram traçados ANTES da maternidade”. O Fluminense está em cada acontecimento da minha vida e em cada canto do meu ser.
A memória pode ser falha, mas quando o assunto é esse amor é impossível não recordar a cena que confirmou que ali era o meu lugar. Não lembro data ou contra quem jogamos, mas o mais importante se encontra guardado com os seus mais lindos detalhes: bandeiras Tricolores ao vento, nuvem de pó-de-arroz e a voz da torcida embalando as cores de uma paixão… Sim, era gol do Fluminense. Talvez essa seja a melhor descrição que habita em minha memória desde que tinha uns dois anos de idade, sem nem ao menos saber o que era futebol. Certamente, tudo que acontece tem um porquê e não era à toa o fato de que meu herói, meu pai, fosse Tricolor e, assim, mostrasse-me cada parte dessa paixão e me ensinasse não a torcer, mas amar da forma mais pura o Clube que tanto traria ensinamentos para minha vida. Nada foi forçado, só era um sentimento fora do comum que crescia à medida que passava a acompanhar os jogos junto dele. Era uma força que me prendia à ponto dos olhos brilharem e ter a coragem de gritar ao mundo “Meu time é o Fluminense”.
Em todos os jogos a sensação de euforia tomava e ainda toma conta como se fosse sempre o primeiro, o coração dispara à medida que cada tricolor é avistado, ainda pelas ruas. No momento que a camisa entra em contato com a pele, é como se vestíssemos uma armadura à caminho da guerra e o entorno do estádio vira palco de concentração e união de combatentes dispostos a dar a vida em busca da vitória…
Somos conhecidos como o clube das batalhas épicas, o que desafia a matemática e prova que o impossível não existe. Se tenho orgulho dessa torcida é porque sinto que não nos damos por derrotados, o impossível sempre nos encheu os olhos, mas na visão de que palavra é apenas um “difícil” que tenta impor medo e ainda assim, nós enfrentamos, a qualquer custo. Mesmo diante de qualquer abatimento, transformamos em lição, reerguemo-nos, cuidamos de suas feridas e encaramos o espírito de luta. Nos transformamos na verdadeira torcida de guerreiros, conseguindo verdadeiros milagres e sempre fazendo história… As arquibancadas viraram extensões dos gramados, a voz que ecoa tentando expressar o que o coração de cada um tenta explicar, o porquê de ser Tricolor, o porquê de tanto amor.
Costumo dizer que o Fluminense é a prova de que meu coração é sadio e que se ele ainda continua batendo é porque se manterá por anos e anos… O clube que vai do céu ao inferno, do inferno ao céu, por tantas vezes… Haja batimentos cardíacos!
A verdade é que passaria a vida facilmente relatando tudo que passamos juntos, desde tristezas à certeza de que milagres acontecem. Amar um clube é muito mais do que torcer e estar em todas as horas. É levar pra toda vida os ensinamentos aprendidos. Agora sei que 1% de chance significa muito, que nada está ganho, mas tenho certeza de que nada está perdido e que a união pode ser considerada sinônimo de invencibilidade. Ser Tricolor é se orgulhar de suas cores, é escrever e sentir o mais forte dos arrepios, é ter certeza de que está no sangue desde qualquer encarnação que tenha acontecido. É saber que recebemos o mais belo dos destinos…
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
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