Não foi uma estreia de encher os olhos. Tivemos uma equipe alternativa diante de um adversário desmotivado e que, igualmente a nós, usou os reservas. Mas a primeira partida de Levir Culpi no comando do Fluminense fez a torcida sentir-se melhor. Parece que, finalmente, temos um treinador na acepção da palavra.
O engraçado é que, quando Levir optou por suplentes, (após saber que o Criciúma não escalaria a equipe principal) teve gente que não gostou. Eu adorei. Tudo bem, foi um risco, porém o tamanho da confiança que resgatamos com o triunfo por 2 a 0 em Juiz de Fora é proporcional ao estrago que seria causado, ao menos neste momento, em caso de eliminação da Primeira Liga (Rio, Sul Minas ou seja lá como se chame).
Ao usar a tal equipe alternativa, Levir, além de poder observar e conhecer melhor seus novos comandados, deu aos suplentes a certeza de que todos os que fazem parte do grupo são importantes. Sinalizou que qualquer um deles pode aspirar uma vaga na equipe principal. Nosso treinador escalou os reservas numa partida decisiva, não num reles amistoso; valia classificação para a fase semifinal de uma competição. E eles corresponderam. Com sua atitude, o técnico tricolor, como se costuma dizer no meio do futebol, ganhou o grupo.
Outro aspecto importante: nossas próximas partidas pelo Campeonato Carioca são contra rivais tradicionais, que estão mais avançados em sua preparação tática e que já nos derrotaram nesta competição. Foi importante preservar os titulares. Pergunto aos torcedores: pagariam o preço de ganhar mais uma porrada do Botafogo em troca da classificação à semifinal da Primeira Liga? Uma semana depois, teremos o Flamengo pela frente – e que desastre seria sofrer duas derrotas para o maior rival em tão curto espaço de tempo.
Os resultados dos clássicos estaduais me dirão se ele agiu certo ou errado. Afinal, futebol é resultado. Contudo, estou satisfeito. Parece que agora temos um treinador de verdade, um dos que assume os riscos por suas opções e elege as suas prioridades, independentemente da opinião de dirigentes, crítica, corneteiros e baba ovos. Estou contigo Levir. A partir de agora nos vencer não será uma tarefa tão fácil quanto vinha sendo.
Mudando de assunto, vejo com muita alegria o incessante avanço de nosso Centro de Treinamento. Por mais apego emocional que eu tenha às Laranjeiras, nosso campo é um inimigo similar às chuteiras dos zagueiros adversários. Durante a semana que passou tivemos os casos de Magno Alves, Marcos Junior…torção no joelho é sempre causada pela precariedade do terreno. Imaginem se Fred, que já possui um histórico complicado, voltasse a entrar na mira dessa maldita bruxa?
Para encerrar com bom humor, uma “pérola” dos comentários esportivos que disse respeito a outro Tricolor, o paulista. Enquanto esperava pelo jogo do Flu contra o Criciúma, assisti à partida entre River Plate e São Paulo, pela Libertadores. Em determinado momento, o comentarista criticou a pouca criatividade do meio-campo são-paulino, que estaria sobrecarregando Paulo Henrique Ganso. “È preciso que o treinador coloque outro jogador criativo no meio para desafogar o Ganso”. Ora, em afogar o ganso eu já ouvira falar; em desafogar, foi a primeira vez.
Panorama Tricolor
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