Publicado em “Fluminense Cotidiano”, de Paulo Roberto Andel, Vilarejo Metaeditora, página 118, 2023.
A elegância sutil, perfeitamente descrita na letra de “Reconvexo”, escrita por Caetano Veloso e consagrada na voz excepcional de
Maria Bethânia, uma tricolor apaixonada.
“Quem não amou a elegância sutil de Bobô?”
Craque campeão brasileiro pelo Bahia, jogou no Flamengo, foi para o São Paulo e então veio para as Laranjeiras. Foi inacreditavelmente trocado por Rinaldo, aquele que cobrou uma falta no lugar de… Pelé, num amistoso na Itália em comemoração dos 50 anos do Rei do Futebol.
Jogou dois anos pelo Fluminense. Por muito pouco, não foi campeão carioca, brasileiro e da Copa do Brasil – a arbitragem atrapalhou bastante, exceto na semifinal de 1991 contra o Bragantino, que nos superou dignamente.
Diziam que o Flu estava em baixa, como se disputar regularmente os títulos fosse uma desonra – ninguém tem a garantia da vitória.
Despediu-se depois da final contra o Internacional em 1992, no desastre do árbitro José Aparecido de Oliveira. Campeão da Taça
Guanabara de 1991.
Caetano foi perfeito ao versar Bobô. A elegância sutil foi o maior legado do craque ao Tricolor. A passada clássica, a ginga baiana, o toque de bola refinado. Finesse, pois. O futebol cheio de charme.
Articulado, politizado, instruído. Educado no falar e no agir. Jogador acima da média. Fez 19 gols, deu dezenas de grandes passes e
emprestou poesia a um Fluminense sem grandes voltas olímpicas, mas com dignidade e honrando o passado marcante do clube, sintetizado numa única palavra: talento. Ou, se preferirem, na velha fidalguia que se mistura às nossas três cores.
“Quem não amou a elegância sutil de Bobô?”