A derrota dos hipócritas (por Paulo-Roberto Andel)

Hipocrisia

 

O mundo do futebol brasileiro veio abaixo no fim da noite de ontem, tudo por conta de que parte da imprensa esportiva de Pindorama – muito alinhada com subversões da verdade, mentiras, falácias, deboches e distorções – aderiu ao que levianamente chama de “nova virada de mesa”, tendo em vista a irregularidade praticada pela Portuguesa de Desportos no campeonato brasileiro recém-encerrado. Como não podia deixar de ser, apontando suas armas para seu principal desafeto: o Fluminense.

Não houve um único torcedor, jogador, dirigente ou pessoa de alguma forma ligada ao Tricolor que tenha feito qualquer sinalização neste sentido. NENHUM!

Explica-se agora porque as manchetes esportivas foram bem menos incisivas contra nós na segunda e terça-feira passadas por ocasião do descenso: em off, os meios de comunicação já sabiam do problema da Lusa e esperaram o lançamento da “bomba” para começarem seus ataques. Para quem já defendeu ditaduras e torturas, uma tarefa que beira o simplório.

O Fluminense foi atingido pelo descenso por conta de suas falhas neste ano. Ao término da rodada de domingo, sua imensa torcida sentiu a tristeza pelo ocorrido. Ontem, os primeiros passos na reconstrução do futebol do clube foram dados com a contratação de Felipe Ximenes e as declarações do presidente Peter Siemsen. Mais à noite, os noticiários sobre o caso Heverton tomaram o espaço na mídia esportiva do país.

Não havia possibilidade de se prever semanas atrás que seria justamente o Fluminense o primeiro time dentre os quatro que ficaram na região do descenso. Poderia ter sido o Vasco. Poderia ter sido qualquer outro.

Fosse o Fluminense a “potência de corrupção” tão apregoada por parte dos jornalistas, não seria preciso esperar a última rodada e acontecimentos de terceiros para se beneficiar indiretamente. Bastava ter copiado a fórmula Atlético-PR + Corinthians em 1996 (o caso 1-0-0 ou Ivens Mendes). Ou a fórmula Edilson Pereira de Carvalho em 2005. Curiosamente, um dos erros mais absurdos do campeonato, ocorrido na partida Criciúma x São Paulo com o escandaloso impedimento que virou um pênalti, não teve identificado nenhum sinal de corrupção. Ou seja, parte desta imprensa corrupta, mal-intencionada e com ares de pau-de-galinheiro quer fazer crer – mais uma vez – que o decano do futebol brasileiro é o grande artífice da sujeira esportiva da nossa terra.

Então o Fluminense escapou de descensos em 2003, 2006, 2008 e 2009 com “viradas de mesa” também? Tem um dos maiores aportes econômicos do futebol brasileiro – embora reduzido em 2013 – e “não fez nada por baixo do pano” em 38 rodadas, esperando para se sujar ao fim da competição? Não caiamos no ridículo escrito e dito por patifes rancorosos! Não caiamos no discurso mofado de torcedores adversários embebidos no licor da ignorância!

Quem faz a grandeza de um campeonato é o rol de times que o disputa, independentemente da série. Qualquer campeonato que tenha o Fluminense como participante é grande. Não podemos ser condenados por erros de terceiros de forma alguma.

Hoje, nosso time está na série B e vai disputá-la com toda a dignidade, lutando pelo título, por um 2014 de reconstrução e avanços, tendo sua apaixonada torcida a apoiá-lo sem par. Com times do porte de Fluminense e Vasco, detentores de 10 títulos nacionais, mais de 50 estaduais, sul-americanos e mundiais, é a série B que se agiganta.

No entanto, para os que tanto falam de moralidade e ética no futebol, parece – ou deveria parecer – que o minimamente sensato é que se cumpra o regulamento da competição. Para isso, poderá haver o julgamento da Portuguesa em sua questão. A lei deve valer para todos e não apenas para os desafetos da imprensa esportiva do Brasil.

Não foi o Fluminense o inventor do ladrilheiro, das papeletas amarelas, do acesso de 12 clubes à série A em 1993 e outras quinquilharias que “engrandecem” determinadas salas de troféus país afora. Não foi o Fluminense quem marcou jogos em São Januário em 1996 para que sua torcida não comparecesse e um adversário escapasse do descenso.

Nos anos de chumbo esportivo no fim do século XX, o Fluminense foi o time mais ridicularizado, ofendido e aviltado pelos meios de comunicação do Brasil.

Aguentamos tudo calados, silenciosos, certos de uma injustiça atroz em forma de revólver da desinformação contra a cabeça de milhares de torcedores das nossas cores.

Agora é diferente: os sites, blogs, redes sociais e demais espaços vão defender o Tricolor das Laranjeiras como nunca, impedindo a distorção de fatos, as mentiras e os descalabros dos que respiram rancor por causa de um Assis ou um Renato Gaúcho.

Haja o que houver, o Fluminense seguirá seu caminho de dignidade que sempre o permeou em mais de 111 anos, seja como disputante da série B ou não. Não está pleiteando absolutamente NADA em “viradas de mesa”, da mesma maneira que jamais o fez no passado, como a corrupção jornalística sempre quis demonstrar. A maior bravata da história do futebol brasileiro teve a missão de sujar a imagem do Fluminense desde 1996, financiada por interessados diretos – ou alguém acha que as centenas de manchetes contra nós nestes últimos 17 anos foram fruto de “coincidência” ou “ética” jornalísticas?

Nós não devemos nada. Pagar o quê?

Nessa história, só existe um único rol de derrotados desde já: o dos hipócritas.

Estaremos com o Fluminense onde ele estiver, em que divisão estiver e não precisamos de trapaças para lotar uma das mais lindas salas de troféus do Brasil.

Nem todos podem se orgulhar disso em outras cores.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

Fluminense de verdade

@PanoramaTri @pauloandel

11 Comments

  1. Perfeito Andel, eu só acrescentaria o seguinte: a Lusa está salvando o Flamengo de ser rebaixado! Se não fosse o “acidente” da Portuguesa o flamengo estaria na serie B no ano que vem… O interesse da fla-press em colocar o Fluminense na berlinda é justamente para desviar as atenções desse fato. O Flamengo já sabia que sua irregularidade iria tirar pontos desde a rodada 37. O grande algoz da Portuguesa é o Flamengo que pagou esse advogado terceirizado para fazer essa lambança.

  2. muito bem colocado,de maneira bastante exclarecedora!!!!!!

  3. E se todos os jogos fossem no mesmo dia e horário, daria tempo de arrumar uma solução. Com a palavra “organizações globo” que manda (manipula) o campeonato e cbf pau mandado dela.
    Viva a internet, só assim os “jornalistas” vão aprender a trabalhar e talvez parem de ser apedrejados pelo povo.
    Só sendo muito otário para não enxergar.
    Jogador escalado irregularmente é uma raridade, imagina 2 na mesma rodada, do mesmo campeonato.
    Querem salvar quem? Para nós basta punir o flamengo, não precisa…

  4. Só falta o pronunciamento oficial do clube sobre os fatos atuais.

  5. É isso ai Andel, falou tudo! Se der certo a punição contra a Portuguesa, o Flu será penta campeão já em 2014!

    S.T

  6. Mandou muito bem!.
    Se a nossa diretoria não se manifesta, realmente só cabe a nós lutarmos através da rede para tentar acabar de vez com essa história de “virada de pesa” e “pague a série B”.

  7. Virada de mesa é o Fluminense cair em prol da Portuguesa. Isso é rasgar regulamento.
    Não podemos deixar que os fatos sejam distorcidos mais uma vez!

  8. Show !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nada mais deve ser dito … Sds. Tricolores, CM.

  9. PARABÉNS pelo seu relato de desabafo também!! Venho falando isso também meu amigo PAULO.
    Venho relatando algumas coisas ditas por você neste seu belíssimo comentário e, que a pessoa, o torcedor que ler vai deixá-lo todo arrepiado como eu estou aqui neste exato momento escrevendo.
    Não devemos nada a ninguém e, o erro cometido pela Lusa é exclusivamente erros deles e, não nosso.
    Abraço amigo..
    SAUDAÇÕIES TRICOLORES!!!

  10. Exatamente Paulo. Contudo acho que a direção do Flu deve ser mais enérgica e explicitar de forma coerente quem na verdade foram os beneficiados das viradas de mesa passadas como: Botafogo, São Paulo, Gama, Atlético Paranaense, Grêmio, entre outros. O Flu não pode virar a Geni do futebol brasileiro. Garanto se fosse a Ponte Preta ninguém estava chiando.

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