Para uma Copa do Mundo de padrões normais, poderia ser dito que amanhã terá início o começa o verdadeiro campeonato. Mas essa afirmativa é válida para o caso de 2014? Uma fase final sendo iniciada com 16 participantes, em que não figuram Espanha, Inglaterra e Itália, e, portanto, 6 títulos, invalida a afirmação inicial?
E mais. É correto “ignorar” uma fase de grupos como essa que se encerrou ontem? Não me lembro de acompanhar tanta emoção em Copas desde a 1ª que vi, em 82. Jogos com placares elásticos, emoções até o último segundo de jogo (perdi muitos pontos em bolões nos segundos finais de partidas), seleções consideradas fracas batendo as teoricamente mais fortes. Ou seja, todos os ingredientes para fazer essa Copa do Mundo ser especial.
Portanto, lamento muito que na Copa realizada aqui nesse nosso combalido e injusto país, seleções campeãs tenham caído já na 1ª fase, mas aquelas que passaram em seus lugares merecem todo o crédito, pois conquistaram suas vagas no campo e, na maioria dos casos, jogando um bom futebol.
Numa análise das principais seleções que se foram, é preocupante que, pela 2ª Copa consecutiva, a seleção italiana tenha ficado na fase de grupos. Obviamente, essa não é uma situação normal, ainda que, os italianos, historicamente, encontrem enorme dificuldade para passar às oitavas. É preciso que a Federação italiana faça uma revolução em seus campeonatos, tomando como exemplo o que foi feito na Alemanha há alguns anos.
A Espanha caiu não pelo fim do seu modelo tic-tac de futebol, mas pelo envelhecimento de alguns de seus astros. Infelizmente, essa Copa representou o fim da era de ouro do futebol espanhol (uma das melhores que vi jogar). Os que gostam do bom futebol devem agradecer muito pelos anos que Xavi e companhia proporcionaram ao mundo da bola.
A Inglaterra é um caso interessante. É a eterna favorita que não chega ao título ou nem mesmo perto dele. Comparativamente, é mais ou menos um Internacional/RS do Campeonato Brasileiro. Curiosamente, ambos têm o vermelho como a principal cor de suas camisas. Mas vem aí uma geração que vai mudar esse incômodo paradigma. Sterling e companhia serão, já a partir da próxima Copa, os protagonistas da seleção inglesa.
Outra seleção que gostaria de ver nas oitavas seria a seleção portuguesa. Menos por sua história dentro das 4 linhas e mais pelo estreito laço que une brasileiros e lusos. Seria interessante ver nossa torcida apoiando seu antigo colonizador nas fases eliminatórias. Outra atração seria Cristiano Ronaldo, que já teria recuperado melhor a sua forma física e, provavelmente, mostraria um futebol mais próximo do que o levou a ser o atual melhor do mundo.
Analisando as seleções que continuam na luta pelo título, o quadro acima (que você pode ver no bolão do panorama, acessando o link www.panoramatricolor.com/bolao) mostra os confrontos de oitavas de finais que começam amanhã e os caminhos de cada um até a sonhada final.
Tomando-se como base o peso da camisa, a tradição no futebol mundial, Argentina, Brasil e Holanda parecem ter o caminho até as quartas mais fácil do que Alemanha e França, que, teoricamente, se enfrentariam já na próxima etapa. Mas, a partir de agora qualquer falha individual pode significar o Adeus, e, numa Copa com tantas surpresas, não há como garantir que as semifinais serão disputadas entre Brasil, Alemanha e/ou França de um lado e Holanda e Argentina do outro.
Será a Bélgica capaz de superar a Argentina num possível confronto de quartas de finais? Será que o Chile finalmente vai conseguir nos bater numa Copa do Mundo, a exemplo do que já fez em Olimpíadas? Algum sul-americano, que não Brasil e Argentina, surpreenderá o mundo como fez a Coréia na Copa disputada na Ásia em 2002 e chegará às semifinais? Seria esse país a Colômbia, que tem apresentado um futebol que está encantando a todos?
A única certeza é que as próximas 2 semanas serão vibrantes e proporcionarão muitas emoções aos espectadores, sejam eles torcedores de uma das 16 seleções que permanecem vivas ou meros espectadores e apreciadores do bom futebol.
Panorama Tricolor
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