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O secretário da Casa Civil do estado do Rio de Janeiro, Nicola Miccione, disse em entrevista que a concessão do Maracanã foi pensada para contar com a participação dos clubes.
Sua palavras foram: “A premissa básica é um Maracanã em que haja protagonismo dos clubes de futebol do estado do Rio, com um número mínimo de partidas a serem realizadas no ano. É um equipamento que traz fluxo para o turismo, para a economia”.
No ultimo sábado, dia 23, o nosso querido Edgar Freitas e eu gravamos o primeiro episódio de um podcast chamado Esportes & Afins, falando justamente sobre a referida concessão.
Edgar brilhantemente apontou que o modelo de concessão foi idealizado para forçar a participação de pelo menos dois clubes, e possibilitando a participação de três, e isso foi praticamente confirmado pela fala de Nicola Miccione.
Importante dizer que a dupla Flamengo e Fluminense (que já administrou o estádio através de um Termo de Permissão de Uso), poderia chegar a um acerto com o Vasco. Quem ficaria de fora é o Bota-Fogo que já conta com o estádio do Engenhão.
A cláusula de 70 jogos mínimos a serem realizados por ano no estádio, foi criada para forçar a participação dos três grandes clubes, sem parecer favorecimento ou licitação com cartas marcadas.
O Maracanã demanda um valor enorme para manutenção anual, e as 70 partidas cobririam estes valores.
O edital porém, aponta que o número mínimo para partidas de nível nacional e internacional é de 54.
Se o trio Flamengo, Fluminense e Vasco, realizasse todos os seus jogos do Campeonato Brasileiro no Maracanã (19 cada) conseguiria 57 jogos. Faltaria ainda 13 partidas para completar as 70; porém, ainda haveria jogos pela Copa do Brasil, Taça Libertadores ou Copa Sulamericana.
Edgar e eu chegamos à conclusão de que essa pode não ser a situação perfeita, e que muitos torcedores dos três clubes queriam privar seus adversários do uso do Estádio, porém, lembremos que o Maracanã não pertence a nenhum clube, mas sim ao estado do Rio de Janeiro.
A concessão talvez crie uma situação interessante à economia do Estado: o fato de que todo final de semana haverá pelo menos um jogo no Maracanã.
Se houver maturidade e competência por parte dos gestores dos três clubes, pelos próximos 20 anos (tempo da concessão) o torcedor do Rio de Janeiro terá garantido o uso do Maracanã, um dos maiores palcos do futebol do mundo.
Resta agora, entender que o público com situação financeira mais precária não pode ser privado desse direito, e que portanto os clubes têm de criar formas de venda de ingressos que contemplem a todos.
Torço para que isso aconteça.
É hora de deixar a rivalidade de lado, e entender que o Maracanã precisa dos clubes, assim como eles precisam do Estádio.
Nessa partida, todos ganham, inclusive nós, torcedores.